Sete dos 12 concorrentes ao Palácio dos Bandeirantes nas eleições 2018 participaram na noite desta terça-feira, 2, do debate na TV Globo entre os candidatos a governador de São Paulo: João Doria (PSDB), Professora Lisete (PSOL), Luiz Marinho (PT), Marcelo Cândido (PDT), Márcio França (PSB), Paulo Skaf (MDB) e Rodrigo Tavares (PRTB).
No último encontro na televisão antes do primeiro turno, Doria e o PSDB foram os principais alvos dos concorrentes. De acordo com a última pesquisa Ibope/ Estado/ TV Globo, Skaf e o tucano estão tecnicamente empatados na liderança, com 24% e 22% das intenções de voto, e são seguidos por França, com 12%.
Veja abaixo quais foram os destaques do debate na TV Globo entre os candidatos a governador de SP:
Dobradinhas
As ‘dobradinhas’ entre os candidatos foram um dos destaques do debate na Globo. As regras favoreciam as práticas, pois os participantes podiam escolher para quem fazer suas perguntas.
A principal dupla foi formada por Rodrigo Tavares e João Doriaque, já no primeiro bloco, fizeram perguntas um para o outro.
A estratégia foi repetida outras vezes ao longo do debate. No terceiro bloco e no quarto bloco, a plateia que assistia o encontro chegou a se manifestar depois que o tucano escolheu o candidato do PRTB para fazer seus questionamentos.
Lisete: quero perguntar ao ‘candidato do Temer’
Coube a Professora Lisete promover o único momento de confronto direto na primeira parte do encontro. Assim como no debate da RedeTV!, a candidata do PSOL disse que queria fazer sua pergunta ao “candidato do Temer” para se referir a Paulo Skaf, criticou quadros do MDB e questionou como o candidato avaliava as gestões do partido no governo do Rio de Janeiro e no governo federal.
Skaf, como em outros debates, tentou descolar sua imagem de Temer e disse que os eleitores deverão escolher pessoas e não partidos nas eleições 2018. “ Estamos vivendo um momento em que todos os partidos estão desgastados. Sem dúvida nenhuma, o eleitor vai observar a pessoa. Eu sou candidato. Se eu for eleito, eu serei governador”, disse Skaf.
“Um ano e três meses, João”
O encontro entre os candidatos de PT e PSDB gerou o momento de maior atrito no debate da Globo. No segundo bloco do encontro, depois de trocar acusações com Doria, Luiz Marinho afirmou que a única coisa que o tucano conseguiu durante sua gestão na Prefeitura de São Paulo foi ser condenado por improbidade administrativa.
“Doria fala, mas a única coisa que conseguiu fazer em um ano e três meses foi ser condenado por improbidade. Você saiu logo pelo bem da população. Peço a você [telespectador] que ligue para algum conhecido seu da cidade de São Paulo e pergunte como foi o desastre da gestão Doria”, disse Marinho.
Doria rebateu lembrando que Luiz Inácio Lula da Silva está condenado e preso pela Lava Jato em Curitiba. “Quem está preso é o presidente de honra do seu partido. Preso e condenado há 12 anos de prisão. Outros estão com tornozeleira, respondendo a processos. Vocês foram responsáveis pelo maior escândalo de corrupção. Assaltaram R$ 150 bilhões. Roubaram dinheiro público. E você vem falar de improbidade. Improbidade é o seu partido, mestre nisso", disse o ex-prefeito.
Ao final do tempo regulamentar para o embate, Marinho driblou a bancada montada para os debatedores e disse a Doria que ele fora, sim, condenado por improbidade. “Um ano e três meses, João. Um ano e três meses, Joãozinho”, provocou o petista, em referência ao tempo que o tucano permaneceu na Prefeitura.
Em agosto, Doria foi condenado por improbidade administrativa em ação no qual é acusado de suposta “promoção pessoal” com o uso do slogan “SP Cidade Linda”. Clique aqui para saber mais sobre o caso.
Propagandas de Rodrigo Tavares
Candidato ao governo de São Paulo pela coligação de Jair Bolsonaro, Rodrigo Tavares aproveitou o espaço na TV Globo para pedir votos aos seus aliados. Em mais de uma oportunidade, ele citou os nomes de Jair Bolsonaro; General Mourão, candidato a vice-presidente; Major Olímpio, candidato ao Senado; e Levy Fidelix, candidato a deputado federal.
Ao repetir, na mesma ordem, os mesmos nomes e números dos candidatos de sua coligação, o candidato chegou a arrancar risadas da plateia no segundo bloco do debate.
Crédito Lilás
Professora Lisete e João Doria protagonizaram um momento raro em debates eleitorais: concordaram sobre uma proposta. Após falar sobre seu projeto do “Crédito Lilás”, para fomentar iniciativas empreendedoras de mulheres, a candidata do PSOL recebeu elogios do candidato tucano.
“Isso é muito bom, muito positivo, uma ideia nova. É isso que a população deseja”, disse Doria.
Discussão indireta entre Doria e Cândido
João Doria e Marcelo Cândido trocaram acusações e discutiram de forma indireta durante o debate na Globo. O tucano disse que o candidato do PDT teve sua contas recusadas quando foi prefeito de Suzano. Cândido retrucou afirmando que Doria foi acusado de desvio de verbas quando foi presidente da Embratur.
“Esse candidato (Cândido) foi prefeito de Suzano e teve suas contas recusadas. Foi membro do PT. Boa aula de crime é frequentar o Partido dos Trabalhadores. Ele está com mandado de prisão, não poderia estar aqui. Minhas contas foram aprovadas na Embratur”, rebateu Doria, durante uma das dobradinhas com Tavares.
Depois da declaração do tucano, Cândido e Luiz Marinho pediram direito de resposta, ambos negados pela produção do debate na Globo.
França X Doria
João Doria também travou um embate contra Márcio França. Após o governador afirmar que tudo na campanha do tucano era “marketing”, Doria ficou incomodado e tentou rebater a acusação durante o tempo de fala do candidato do PSB.
“Você não manda nas pessoas. Não meça as pessoas por você. Tudo que você quer: ou é do seu jeito ou não pode falar. Você não tem esse direito”, disse França após a intervenção de Doria.
Na sequência, foi a vez do candidato do PSB tentar intervir durante o tempo de fala regulamentar do ex-prefeito de São Paulo, enquanto Doria afirmava que ele fez parte do conselho político do governo Lula.
“Estou esclarecendo aos telespectadores que você é um adepto da esquerda que defendeu o PT, defendeu o Lula e foi contra o impeachment da Dilma", disse Doria.
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