Oposição a bolsonarista reúne de DEM a PSOL em Fortaleza

Coalizão em torno de Sarto (PDT) o leva a vantagem de 22 pontos porcentuais sobre Capitão Wagner (Pros), diz Ibope

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Fortaleza terá neste domingo, 29, um segundo turno nacionalizado. De um lado, um candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, o Capitão Wagner (Pros). De outro, José Sarto (PDT), que conseguiu reunir partidos como DEM, PSDB, PT e PSOL no mesmo grupo. Mas a pesquisa Ibope divulgada no início da noite deste sábado, 28, mantinha o pedetista Sarto numa situação confortável, com 61% de votos válidos, contra 39% de Wagner. 

No começo deste ano, Wagner foi apontado como apoiador do motim promovido por uma parte dos policiais do Estado, quando PMs encapuzados percorreram ruas da capital e de cidades do interior, mandando o comércio fechar as portas. Exército e Força Nacional foram para o Ceará, e o candidato atuou na negociação, envolvendo o então ministro da Justiça Sérgio Moro. No fim, 168 PMs foram expulsos, incluindo o ex-deputado Cabo Sabino, aliado do capitão. 

Capitão Wagner (PROS) e José Sarto (PDT), candidatos à Prefeitura de Fortaleza. Foto: Divulgação/Facebook dos candidatos

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Embora Bolsonaro tenha citado em uma de suas lives semanais, que apoiava “um capitão lá” em Fortaleza, o candidato negou que fosse “bolsonarista”. Seu programa de governo evitou características extremistas e falava na construção de “pactos”. Wagner buscou associar sua imagem a Moro, que gravou um vídeo para o candidato. Na mensagem, Moro diz que não participa das eleições e destaca que não vota em Fortaleza, mas descreve a atuação do deputado federal nas negociações para encerrar o motim.

O apoio direto do presidente, na campanha, virou arma para o rival do PM reformado. Ressaltando a disposição “para o diálogo”, Sarto se valeu também do fato de ser o candidato dos governos municipal e estadual e apoiado pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT) para fazer uma campanha em que seu rosto dividiu espaço na campanha com uma série de rostos conhecidos do eleitorado. 

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Além de contar com uma coligação que incluiu dez partidos (como PSDB, PSD, PSB e DEM), no segundo turno ele obteve o apoio do governador Camilo Santana (PT) e de partidos como PSOL e PCdoB. Figuras como Tasso Jereissati (PSDB-CE), Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) declararam apoio a Sarto. 

O pedetista tem sete mandatos seguidos na Assembleia Legislativa do Ceará. Atualmente, é o presidente da Casa. Por ser o candidato da situação, ao longo da campanha teve de comentar duas ações promovidas pela Polícia Federal em órgãos da prefeitura, em investigações sobre irregularidades na compra de respiradores e outros equipamentos médicos. A prefeitura chegou a processar um dos fornecedores.