PDT deve anunciar 'apoio crítico' a Haddad no segundo turno, diz Lupi

Objetivo é o partido se colocar contra Jair Bolsonaro e deve punir filiados que apoiarem o presidenciável do PSL

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Por Renan Truffi e e Caio Sartori

FORTALEZA -  Após se reunir com Ciro Gomes na manhã desta segunda-feira, em Fortaleza (CE), o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que o partido deve anunciar o que está chamando de "apoio crítico" à candidatura de Fernando Haddad (PT), no segundo turno. O objetivo é o partido se colocar contra Jair Bolsonaro (PSL) no pleito. Por isso, a sigla deve punir filiados ou candidatos que manifestarem apoio ao presidenciável do PSL.

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A decisão será sacramentada em reunião da Executiva Nacional da legenda, marcada para acontecer em Brasília, na quarta-feira, 10. Na ocasião, o partido irá definir que não terá cargos em uma eventual gestão petista. "Não queremos nenhum cargo em lugar nenhum", disse Lupi à reportagem do Broadcast Político.“Bolsonaro representa um retrocesso, um retorno ao Brasil pré-1964." A opção pelo apoio crítico se deve à manobra, orquestrada com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atrapalhou as negociações de apoio do PSB à candidatura de Ciro, ainda durante o primeiro turno. O caso foi encarado como uma rasteira do PT no partido. Na ocasião, os petistas retiraram candidaturas em outros estados para não atrapalhar nomes do PSB que disputavam os mesmos cargos. Em troca, os socialistas se comprometeram a ficar neutros no primeiro turno, em vez de apoiarem o presidenciável do PDT. Além disso, Lupi defende que Ciro Gomes lance um movimento por uma nova candidatura, visando 2022, já após a definição do novo presidente em outubro. "Isso sou eu que estou insistindo para que Ciro já se candidate a presidente para 2022, mas ele não está convencido", contou.

O objetivo do PDT, segundo Lupi, é consolidar o que ele considera uma nova geração que aderiu aos valores da sigla em 2018. A história do PDT de candidaturas próprias à Presidência começou bem em 1989, quando Leonel Brizola, fundador e maior quadro do partido, ficou em terceiro lugar com 16,5% dos votos e por pouco não disputou o segundo turno contra Fernando Collor no lugar de Lula. De lá para cá, porém, os trabalhistas foram minguando e o PT assumiu com folga a hegemonia da centro-esquerda no País.