PORTO ALEGRE - Em reunião que durou cerca de três horas na noite desta segunda-feira, 15, o PDT do Rio Grande do Sul decidiu pela neutralidade no segundo turno das eleições ao governo gaúcho. A sigla, que conseguiu 11,28% dos votos no dia 7 de outubro com Jairo Jorge, também decidiu ser oposição ao próximo governo, que está entre José Ivo Sartori (MDB) e Eduardo Leite (PSDB).
O partido era considerado um ativo para os candidatos neste segundo turno. Embora houvesse a opção pelo “apoio crítico” a algum dos concorrentes, a sigla decidiu quase que por unanimidade assumir a postura de não apoiar nem Leite, nem Sartori. “Nenhum dos dois são projetos nossos”, afirmou o presidente estadual do PDT, deputado federal Pompeo de Mattos.
O PDT fez parte das gestões Yeda Crusius (2007-2010), do PSDB, Tarso Genro (2011-2014), do PT, e Sartori, e deixou o governo do emedebista justamente para lançar candidato próprio ao governo do Estado.
Com a decisão, o PDT liberou seus filiados a votar em quem quiser, mas pretende “desestimular” que seus membros façam campanha para um dos candidatos. “Cada um (do partido) vai poder votar em um ou outro, é da democracia, mas vamos estimular para que ninguém entre em campanha a favor dos candidatos”, disse.
A opção pela neutralidade teve um voto contra. O prefeito da cidade de São Gabriel, Rossano Gonçalves, subiu na tribuna e discursou a favor do apoio do PDT a Sartori, governador e candidato à reeleição, em vez da neutralidade. Gonçalves foi chamado de “fascista” por alguns filiados e houve bate-boca. O prefeito já havia declarado publicamente seu voto no emedebista e no presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
Oposição. Ficou também decidido nesta segunda que a bancada de quatro deputados do PDT na Assembleia Legislativa gaúcha será oposição ao próximo governo, sendo Leite ou Sartori.
Segundo Pompeo de Mattos, o partido recusará qualquer convite para compor a administração eleita no segundo turno. “O PDT já participou de vários governos e isso está nos machucando muito. Já estamos vacinados para qualquer convite”, disse o presidente. “Seremos oposição firme, sem cargos e sem pedir nada”, completou.
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