Promotor apura uso de diretor de fundação em obra privada de Chalita

Engenheiro teria sido deslocado por um ano para acompanhar reforma de apartamento de luxo do ex-secretário

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Por Redação

O Ministério Público Estadual suspeita que o engenheiro Rodrigo Martins Ramos, ex-diretor de Obras da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), teria sido deslocado, por cerca de um ano, para monitorar, inclusive no horário de expediente, reformas em um apartamento do ex-secretário da Educação, Gabriel Chalita, hoje deputado federal pelo PMDB. A informação faz parte de inquérito aberto com base em denúncias do analista de sistemas Roberto Grobman, que acusa Chalita de ter recebido propinas de empresários durante sua gestão na pasta. O deputado nega e desafia seu acusador a mostrar provas."As acusações são graves, indicando dano ao erário com utilização de funcionário da própria secretaria para capitanear a reforma do apartamento do então secretário de Estado da Educação, além de utilização de dinheiro na reforma do apartamento do investigado, na órbita de R$ 600 mil, relacionado à troca de vantagens entre as partes envolvidas, com justa causa para iniciação da investigação civil", sustenta o promotor Nadir de Campos Júnior, em documento enviado ao Conselho Superior do Ministério Público.Nesse documento, intitulado Contrarrazões, o promotor insiste na necessidade de continuar investigando denúncias contra Chalita. Uma delas é relativa ao ex-diretor da FDE, que ocupou o cargo de fevereiro de 2004 a março de 2006. Ramos teria se dedicado exclusivamente a tocar a reforma do apartamento de cobertura que Chalita havia adquirido na Rua Rio de Janeiro, em Higienópolis. O inquérito sobre desvio de funcionário para fins pessoais está suspenso, pois a defesa de Chalita entrou com recurso no conselho.Ramos não foi localizado. A assessoria de Chalita afirma que se trata de "mais uma acusação fantasiosa". / BRUNO BOGHOSSIAN

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