BRASÍLIA - Os dois principais partidos da aliança eleitoral da chapa à reeleição da presidente Dilma Rousseff, o PT e o PMDB, registraram uma queda das respectivas bancadas de mais de 15% entre a eleição passada e a desse domingo. O PT, que elegeu 86 deputados em 2010, caiu para 70 neste pleito, um encolhimento recorde de 18,6%. O PMDB, por sua vez, encolheu de 78 para 66 no mesmo período, redução de 15,4%.
O PSDB de Aécio Neves, que disputará o segundo turno das eleições contra Dilma, manteve-se estagnado entre os dois pleitos. Os tucanos permaneceram com os mesmos 54 deputados que elegeram em 2010.
O PSB da candidata a presidente Marina Silva, que não conseguiu passar para a próxima etapa da disputa ao Palácio do Planalto, registrou uma leve queda, de 35 para 34 deputados entre as duas votações.
Frustração. Mesmo mantendo a maior bancada da Câmara, o PT teve sua pior votação desde a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Conquistou 70 cadeiras, ante as 86 de 2010, 89 em 2006 e 91 em 2002. Atualmente, o partido tem 88 deputados federais.
Na bancada de São Paulo, o partido conquistou 10 das 70 cadeiras, ante 15 na eleição anterior. O desempenho frustrou os planos do Palácio do Planalto, que esperava garantir o mesmo desempenho da eleição passada. O mais votado do partido em São Paulo foi o ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez, com 169.834 votos (0,81% dos votos válidos).
O atual líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), o líder do partido na Casa, Vincentinho (SP), e os deputados Zarattini, Paulo Teixeira e José Mentor estão entre os reeleitos. Por outro lado, o ex-líder do governo na Câmara dos Deputados Cândido Vacarezza (PT-SP) não conquistou uma nova cadeira na Casa.
O PT em Pernambuco não conseguiu reeleger um parlamentar sequer. Em 2010, o partido conquistou no Estado quatro cadeiras. Na Bahia, o partido alcançou oito vagas, embora na eleição passada tivesse amealhado 10 cadeiras.
No Distrito Federal, o partido obteve apenas uma cadeira, contra três na última eleição geral. O destaque da legenda ficou por conta de Minas Gerais, embalado pela eleição em primeiro turno do ex-ministro e candidato do partido ao governo do estado, Fernando Pimentel. O partido conquistou 10 cadeiras desta vez, duas a mais que nas eleições passadas.
Com 66 eleitos, a bancada do PMDB também foi a pior desde 1998, último registro do site da Câmara. Mesmo assim, o partido segue com capilaridade nos 26 Estados e no Distrito Federal. Na comparação com a bancada eleita em 2010, o partido conseguiu crescer em Estados grandes como São Paulo - onde elegeu apenas um deputado antes e agora chegou a dois congressistas - e Rio Grande do Sul. A legenda, por outro lado, perdeu cadeiras, por exemplo, no Paraná, em Minas, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e no Ceará.
O PRB foi uma das grandes novidades dessa eleição. O partido pulou de oito deputados eleitos em 2010 para 21 agora. Estimativas indicam que ex-candidato a prefeito de São Paulo e apresentador de TV Celso Russomano conseguiu elevar pelo menos outros quatro parlamentares ao ser o deputado mais votado do País nesta eleição, com 1.524.361 votos. Por apenas 13.281 votos, ele não bateu o recorde histórico, registrado em 2002 pelo ex-candidato a presidente e à época concorrente à cadeira de deputado Enéas Carneiro (Prona).
Veja como ficou o tamanho das bancadas de cada um dos partidos:
PT - 70
PMDB - 66
PSDB - 54
PP - 36
PR - 34
PSD - 37
PSB - 34
PTB - 25
DEM - 22
PDT - 19
PRB - 21
PSD - 15
PSC - 12
PROS - 11
PPS - 10
PCdoB - 10
PV - 8
PSOL - 5
PHS - 5
PEN - 3
PMN - 2
PTN - 4
PRP - 3
PTC - 2
PSDC - 2
PRTB - 1
PSL - 1
PTdoB - 1
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral. Dados ainda podem ser modificados devido a candidaturas impugnadas com recurso na Justiça
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