PT tenta vincular Jair Bolsonaro a Michel Temer

Fernando Hadadd criticou política econômica do emedebista e o vinculou a Bolsonaro, que votou a favor de medidas do presidente

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O PT desencadeou nesta quarta-feira, 3, parte da estratégia para tentar estancar o crescimento de Jair Bolsonaro (PSL) e evitar uma vitória do capitão da reserva no primeiro turno. A ideia é associar o candidato do PSL à política econômica do governo Michel Temer (MDB).

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“Infelizmente, o governo Temer termina melancolicamente e o que eu vejo de mais triste ainda é o Bolsonaro querer dobrar a aposta do governo Temer”, disse Haddad em entrevista à Rádio Jornal de Pernambuco.

Na manhã desta quarta, começou a circular a primeira inserção da campanha petista na TV que cita nominalmente o candidato do PSL. Na peça, o PT lembra que Bolsonaro votou a favor de medidas do governo Temer e “contra o trabalhador”, como a reforma trabalhista, e conclui: “já basta o Temer”.

Em reação ao súbito crescimento de Bolsonaro na pesquisa Ibope/Estado/TV Globo e à possibilidade de uma derrota ainda no primeiro turno, a campanha petista decidiu antecipar a estratégia de atacar o capitão da reserva, prevista inicialmente para acontecer apenas no segundo turno.

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Segundo fontes da campanha, pesquisas internas mostram que a pauta econômica tem mais potencial de danos ao adversário do que temas como a questão de gênero ou respeito à democracia.

O presidenteMichel Temer Foto: André Dusek/Estadão

Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, Haddad tentou demonstrar compromisso com o rigor fiscal ao dizer que está preocupado e pretende repactuar os regimes de previdência dos Estados e municípios. O petista disse que vai deixar em aberto a discussão sobre idade mínima para aposentadoria, assunto considerado um tabu pelo PT.

“Vamos colocar em aberto para vermos como vamos avançar nessa questão da sustentabilidade”, disse Haddad. Na entrevista, o petista adotou o discurso do “nós contra eles” para tentar associar Bolsonaro aos interesses dos bancos e contra os direitos do trabalhador.

“É que o economista dele, o Paulo Guedes, que é a única pessoa em quem ele confia, é banqueiro e os banqueiros acham que o Brasil só pode voltar a crescer se os pobres ganharem menos e os empresários ganharem mais. Este é o problema que está em disputa hoje na campanha presidencial. Aqueles que estão do lado dos trabalhadores e o Bolsonaro, que acha que cortando os direitos do trabalhador a economia vai ser aquecida”, afirmou Haddad.

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