Quem é João Campos? Conheça o mais jovem prefeito de capital eleito em 2020

Filho de Eduardo Campos e namorado da também deputada federal Tabata Amaral, o prefeito eleito de Recife protagonizou campanha tensa com a adversária Marília Arraes

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Por Mílibi Arruda
Atualização:

O deputado federal João Campos (PSB) foi escolhido  prefeito de Recife no segundo turno das eleições 2020, com 56,27% dos votos válidos. A adversária Marília Arraes (PT), sua prima de segundo grau, obteve 43,73% das urnas.

João Campos (PSB), prefeito eleito de Recife e mais jovem a alcançar o cargo na cidade Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Aos 27 anos, João Campos é o mais jovem prefeito eleito em uma capital neste pleito e também o mais novo a atingir o cargo na história da maior cidade de Pernambuco. O político é filho do ex-governador e ex-presidenciável Eduardo Campos, que morreu em 13 de agosto de 2014, na queda de uma aeronave em Santos, durante a campanha presidencial daquele ano.

Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), João Campos foi eleito pela primeira vez em 2018, para Câmara Federal. Na ocasião, foi o deputado mais votado do Estado, com mais de 460 mil votos.

João Campos x Marília Arraes: disputa em família

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O segundo turno das eleições 2020 pela prefeitura do Recife foi uma disputa acirrada entre Campos e Marília. Em 2018, a petista foi a segunda mais votada para a Câmara por Pernambuco. 

Na reta final, os dois protagonizaram um debate tenso promovido pela TV Globo. O candidato do PSB apostou no antipetismo para angariar votos, enquanto a adversária fez referência ao bloqueio do espólio de Eduardo Campos, investigado pela Operação Lava Jato, sem citar o nome do ex-governador diretamente.

No primeiro turno, apenas 10 mil votos separaram os candidatos. Campos teve 29,17% dos votos, enquanto Marília obteve 27,95%. Na primeira pesquisa de intenção realizada pelo Ibope após a primeira etapa de votação, a petista liderou, com 45% dos votos contra 39% do pessebista. Mais próximo do segundo turno, os dois apareciam tecnicamente empatados nos levantamentos.

Além do apoio do PDT, partido da vice-prefeita eleita Isabella de Roldão, a chapa tinha aliança com MDB, Rede, PCdoB, Solidariedade, Pros, PV, Avante, Republicanos, PP e PSD

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O atual prefeito do Recife, Geraldo Júlio, é filiado ao PSB e apoiou a candidatura de Campos, assim como o ex-governador do Ceará Ciro Gomes.

Biografia de João Campos

Nascido em 1993, João é o segundo de cinco filhos de Eduardo e Renata Campos. Em 2011, quando cursava o segundo ano do Ensino Médio, foi aprovado em Engenharia na UFPE, aos 17 anos. No curso, se especializou na área civil. 

A mãe é auditora concursada do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) desde 1991. 

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Além do pai, que governou o Estado de 2007 a 2014 e foi ministro da Ciência e Tecnologia de 2004 a 2005 durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Campos faz parte de uma família tradicional de políticos. 

A avó, Ana Arraes, foi deputada federal por Pernambuco de 2007 a 2011. O bisavô, Miguel Arraes, foi governador do Estado por três vezes, além de deputado federal, deputado estadual e, como o neto, prefeito do Recife.

João Campos, prefeito eleito de Receife, e a namorada Tabata Amaral Foto: Reprodução/Instagram João Campos

Atualmente, o pessebista namora a também deputada federal Tabata Amaral (PDT), eleita em 2018 por São Paulo.

Carreira política

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A primeira eleição que Campos disputou foi a geral de 2018, concorrendo ao cargo de deputado federal por Pernambuco. Foi eleito com o maior número de votos no Estado.

Antes de se candidatar, trabalhou como chefe de gabinete do Estado na gestão de Paulo Câmara, também do PSB. Câmara é o governador de Pernambuco desde 2015. 

Hoje, o prefeito eleito é vice-presidente de Relações Federativas e secretário Estadual de Organização do partido.

Neste ano, na sua primeira disputa para cargo majoritário, o pessebista foi o terceiro candidato à Prefeitura que mais recebeu fundos partidários para sua campanha, com R$ 7,5 milhões. A eleição de Campos significa a manutenção do PSB como principal partido em Pernambuco. 

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