Republicanos veta federações e só definirá posição sobre disputa presidencial em abril

Aliado de Lula e do PT no passado, partido é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus e está na coligação que sustenta o governo do presidente Jair Bolsonaro no Congresso

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BRASÍLIA - Integrante da base aliada do governo, o Republicanos decidiu vetar a possibilidade de integrar federações partidárias neste ano. Ao Estadão/Broadcast Político, o presidente da legenda, Marcos Pereira, afirmou que a bancada só decidirá em abril sua posição sobre qual rumo tomar nas eleições.

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"O partido tem deputados que querem neutralidade, deputados que querem apoiar Lula, outros que querem Bolsonaro. Isso só vai ser discutido em abril", disse Pereira, sob o argumento de que assuntos assim só podem ser definidos após o período de "janela partidária", quando deputados podem mudar de sigla sem perder o mandato.

Aliado de Lula e do PT no passado, o Republicanos é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus e está na coligação que sustenta o governo do presidente Jair Bolsonaro no Congresso. "(O apoio nacional) será discutido em nossa reunião de bancada, que ocorrerá em abril. O fato é que fazemos parte da base de governabilidade do Brasil", disse o deputado Vinicius Carvalho (Republicanos-SP).

Presidente do Republicanos, Marcos Pereira, afirmou que a bancada só decidirá em abril sua posição sobre qual rumo tomar nas eleições. Foto: José Cruz/Agência Brasil - 19/3/2017

Na prática, porém, o partido mantém sobre a mesa todas as possibilidades, até mesmo como forma de aumentar o poder de negociação. O Centrão chama de "tríplice aliança" o acordo selado entre Progressistas, PL e Republicanos para apoiar o governo. Na campanha de Bolsonaro pela reeleição, o Progressistas do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do presidente da Câmara, Arthur Lira, deve ficar com a vaga de vice da chapa. Se depender desse grupo, o posto será da ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

O desenho, no entanto, não agrada ao Republicanos, que se vê desprestigiado. Foi por isso que o partido subiu o tom contra Bolsonaro e agora estuda apoiar outros candidatos ou até mesmo se manter neutro nas eleições de 2022. Uma adesão à pré-candidatura do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) também é considerada.

Federações

De acordo com nota do Republicanos, a decisão de não participar de federações em 2022 foi aprovada em reunião da bancada. "O partido está trabalhando de forma intensa para apresentar um excelente número de candidatos e candidatas com o objetivo claro de ampliar a força republicana no Senado, Câmara dos Deputados e assembleias estaduais", diz o comunicado, assinado por Marcos Pereira.

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O Estadão/Broadcast Político apurou que no início do ano o Progressistas chegou a sondar o Republicanos sobre a possibilidade de uma federação, mas não deu andamento à proposta.