Uma reclamação recorrente de aliados do ex-governador Geraldo Alckmin dentro e fora do PSDB é que o tucano demorou para buscar apoios regionais e estruturar sua pré-campanha.
Embora tenha sido eleito presidente nacional do PSDB em dezembro do ano passado, o tucano só começou a montar seu palanque e a viajar pelo País em abril, quando renunciou ao Palácio dos Bandeirantes.
Candidato do PSDB à Presidência em 2014, o senador Aécio Neves (MG) assumiu o comando da sigla em maio de 2013 e logo em seguida iniciou uma intensa agenda de viagens.
Há quatro anos, Aécio tinha o controle total dos diretórios e candidaturas estaduais. Para remover dissidências internas, ele promoveu uma resolução dando carta branca ao presidente do partido para vetar candidaturas estaduais que prejudicassem a estratégia nacional.
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Alckmin poderia usar essa mesma regra do estatuto, mas tem evitado. Um exemplo é o caso de Mato Grosso. Lideranças locais e nacionais do PSDB classificam como “muito frágil” a situação do governador tucano Pedro Taques, que disputa a reeleição.
O governador é investigado pelo Superior Tribunal de Justiça no chamado “escândalo dos grampos”, que envolveu uma central de interceptações telefônicas clandestinas contra adversários políticos. O partido estimula o DEM, aliado do PSDB no Estado, a lançar um candidato para ampliar o número de palanques para o ex-governador sem ter de rifar Taques. O segundo palanque pode ser o ex-senador Jayme Campos ou o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes, ambos do DEM.
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“A campanha está estruturada para começar agora. Quando governador, Geraldo Alckmin cumpriu um rito. É o estilo dele. Não quis começar antes”, afirmou o cientista político Luiz Felipe D’Ávila, um dos coordenadores da pré-campanha tucana. A equipe de comunicação do tucano foi contratada semana passada.
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