O vereador Ricardo Nunes (MDB) será o candidato a vice da chapa do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que tenta reeleição. Vereador em segundo mandato na Câmara Municipal, Nunes fechou o acordo com a equipe de campanha do tucano na tarde desta sexta-feira, 11. A convenção do PSDB, que irá oficializar a candidatura de reeleição do prefeito, ocorre no sábado, 12.
A negociação para a definição do vice de Covas vinha envolvendo aliados do DEM e chegou a caminhar, na semana passada, para as opções de indicar um nome do partido Republicanos, o que esbarrava ainda na candidatura de Celso Russomanno, ou lançar uma chapa pura tucana. Havia ainda articulações pelo nome de Marta Suplicy, que não prosperaram dentro de seu partido, o Solidariedade.
Nenhuma das opções era consenso entre os aliados, que tinham restrições a um nome para vice associado ao campo da direita e também à falta de um nome de outro partido na chapa.
Nesta quinta, as negociações com o MDB avançaram com indicação de Nunes pelo partido, e passaram pela aprovação o deputado federal Baleia Rossi, presidente da legenda. Rossi afirmou que a aliança foi um acordo entre os emedebistas, os tucanos, o vice-governador paulista, Rodrigo Garcia, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ambos do DEM. Covas esteve no Palácio dos Bandeirantes nesta sexta para comunicar a decisão ao governador João Doria (PSDB), de quem Covas era vice.. Doria também discutiu o tema com as demais legendas. "Para o MDB, é um renascimento na cidade de São Paulo", disse Rossi, ao destacar: "Além da questão política, a escolha do vice é uma escolha muito pessoal do prefeito."
Covas participou do término da convenção do MDB, que ocorreu na Câmara Municipal. Ele discursou e disse que "esta é a primeira vez desde que os dois partidos existem que estão juntos em uma campanha na cidade de São Paulo", e destacou que Nunes, empresário da zona sul, teria as características de empreendedorismo que, para ele, marcam a história da cidade. Afirmou que sua coligação, que totaliza dez partidos, foi uma "coligação sem extremos", que não se pautou por vetar nomes, mas sim agregar. Mas afirmou que só se aliou a partidos que não fizeram exigência de participar da chapa com o vice. Ele não respondeu perguntas de jornalistas, afirmando que falaria neste sábado, na convenção de seu partido.
Já Nunes afirmou que sua escolha "foi, no final, uma escolha pessoal do prefeito Bruno Covas, que certamente fez várias análises". "Ele sabe que vai ter de mim a maior lealdade e que eu estou pronto para cumprir todas as tarefas que ele passar."
Havia expectativa de que o nome do vice de Covas poderia indicar um direcionamento da campanha de Covas para a direita ou para a esquerda. Nunes disse que seu nome indica "São Paulo", se furtando de associações dessa forma. O vereador tem forte ligação com o eleitorado católico carismático,
Nunes é um parlamentar próximo da base governista na Câmara, e teve atuação de destaque em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que cobrou dívidas de bancos que atuam na cidade. Ele nunca disputou cargos no executivo.
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