O Brasil nunca foi fácil, trivial, previsível, mas este 2025 vai dar o que falar – e o que escrever! A economia cravejada de interrogações, a política num caminho perigoso e pavimentado por emendas bilionárias, o Judiciário afundando com o peso de penduricalhos e diante de um dos desafios mais difíceis da história, as Forças Armadas em meio a um julgamento inédito de altas patentes, as polícias aterrorizando em vez de defender os cidadãos, o crime organizado vencendo a guerra. E o mundo de ponta cabeça.
O Executivo terá de calibrar a política externa, com a presidência dos BRICs, COP 30, Donald Trump no poder, os destroços de Gaza, a Ucrânia ao deus-dará, crises por toda parte; a economia, entre o populismo e o pragmatismo duro e insensível; a relação com um Congresso cada vez mais voraz, reacionário e sem compromisso com a Nação; a violência fora de controle, com governadores de oposição contra a ação federal direta. E, claro, os erros, titubeios e a saúde do presidente Lula.
No Legislativo, conclusão das regulamentações da reforma tributária, nova etapa do corte de gastos, projetos de ataque e provocação ao Supremo e retrocessos na agenda social, como a ameaça contra as três hipóteses de aborto legal, obrigando mulheres a situações desumanas. Tudo isso com prioridade absoluta para emendas modeladas ao gosto da corrupção e... com o deputado Chiquinho Brazão preso, mas com mandato, gabinete, funcionários e salário, apesar das provas inequívocas de que foi um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco.
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E o Judiciário? Estará sob intenso tiroteio, ao julgar e poder condenar e prender um ex-presidente da República, oficiais de alta patente e a turma toda que articulou e chegou a agir para um golpe de Estado no País. Os “lobos solitários” estão à solta, uivando, e os mísseis, torpedos e drones pela internet serão incessantes. O Supremo vai precisar muito da comunicação e da percepção da maioria da sociedade para agir, como se espera, com rigor, mas dentro do arcabouço legal. E com um flanco preocupante: os desvios, desmandos e até crimes do próprio Judiciário.
Esses desafios estonteantes são também da mídia, no olho do furacão. Aliás, sou colunista do nosso Estadão pela terceira vez e entro na Rádio Eldorado de segunda a sexta, às 9h, com Haisen Abaki e Carolina Ercolin. Posso garantir: a casa é rigorosa com a apuração, caprichosa com o texto, respeita seus profissionais, acata a opinião de suas fontes e leitores e será essencial em 2025, como sempre foi. Parabéns e coragem, Estadão, Eldorado e todos que fazem parte dessa história!
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