BRASÍLIA - Em encontro realizado logo após derrota do Palácio do Planalto na Comissão Especial do Impeachment, o líder do PMDB da Câmara, Leonardo Picciani (RJ), acertou com o vice-presidente da República, Michel Temer, a liberação da bancada na votação do processo de afastamento de Dilma, prevista para iniciar no plenário da Casa na próxima sexta-feira, 15.
O encontro ocorreu na noite de segunda-feira, 11, no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência, no mesmo dia em que Temer se reuniu, no Rio de Janeiro, com o pai de Leonardo, Jorge Picciani, presidente estadual do PMDB fluminense.
Na breve reunião realizada na base aérea do Rio, Jorge fez um balanço dos votos que a bancada deverá dar no dia da votação do impeachment no plenário e ressaltou a Temer que o afastamento de Dilma tem o apoio da maioria do PMDB do Estado.
A liberação da bancada significa que o partido na Câmara não se posicionará nem contra nem a favor do afastamento de Dilma. Essa "neutralidade" do líder é considerada, porém, como um enfraquecimento da estratégia do Planalto de barrar o impeachment, uma vez que sem uma orientação de bancada a favor do governo, os deputados poderão votar como quiserem no plenário sem correrem o risco de serem alvo de alguma penalidade.
A mesma iniciativa também foi tomada por Leonardo Picciani na votação ocorrida na segunda, na Comissão Especial, que aprovou por 38 votos a 27 o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao impeachment. "É razoável que os votos sejam dados com a consciência", declarou o líder, na ocasião.
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