Bolsonaro indica que quer manter valor do Auxílio Brasil em R$ 600 em 2023

Presidente participou de evento religioso em Vitória; medida está prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza um estado de emergência no País e, na prática, permite driblar regras fiscais para turbinar benefícios sociais e auxílios sociais

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Foto do author Marlla Sabino
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro indicou neste sábado, 23, que é possível manter o valor do Auxílio Brasil em R$ 600 por mês no próximo ano. A declaração aconteceu durante evento religioso em Vitória, Espírito Santo, nessa manhã. O chefe do Executivo também participou de motociata com apoiadores.

PUBLICIDADE

“Botamos um ponto final no Bolsa Família, que pagava em média R$ 190 e hoje paga R$ 600. Conseguimos isso dentro da responsabilidade fiscal, entre outras coisas, não roubando. Temos como manter esse valor para o ano que vem também”, disse.

O programa Auxílio Brasil foi criado para substituir o Bolsa Família, com um valor de R$ 400 por mês. O governo, no entanto, decidiu aumentar o benefício para R$ 600 a poucos meses das eleições. Mas a ampliação, até então, tinha prazo de validade até 31 de dezembro.

A medida estava prevista em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza um estado de emergência no País e, na prática, permite driblar regras fiscais para turbinar benefícios sociais e auxílios sociais.

A PEC, articulada pelo Palácio do Planalto e sua base governista no Congresso, além de aumentar o valor do Auxílio Brasil, também viabiliza o pagamento da bolsa-caminhoneiro, bolsa-taxista e vale gás. O valor total de aumento de despesas é calculado em R$ 41,25 bilhões aos cofres públicos.

Publicidade

STF

A viagem de Bolsonaro ao Espírito Santo e a participação no evento acontece um dia antes da convenção do PL que vai oficializar sua candidatura à Presidência. A um público religioso, Bolsonaro afirmou que, caso reeleito ao cargo, não indicará um ministro “abortista” para as vagas que serão abertas no Supremo Tribunal Federal (STF). “Nenhum abortista, da minha parte, será colocado no Supremo Tribunal Federal.”

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a descrever as eleições deste ano como uma "luta do bem contra mal" e disse que, se reeleito, não pretende indicar ministros "abortistas" para o Supremo.  Foto: Adriano Machado/Reuters

O presidente também afirmou que não existe corrupção “orgânica” em seu governo. “No nosso governo, se houver (corrupção), a gente ajuda a investigar e mandar para Justiça possíveis culpados. Não existe corrupção orgânica em nosso governo. Acertos com quem quer que seja para roubar o Brasil em troca de alguma coisa. É uma política completamente diferente.”

Mais tarde, em discurso feito em um carro de som, Bolsonaro também disse que reza para que o povo brasileiro “não experimente as dores do comunismo”. Sem mencionar outros candidatos, o presidente indicou que o “outro lado” quer o aborto, aprovar a “ideologia de gênero” e liberar drogas no País. “Vocês têm conhecimento suficiente para saber que é uma luta do bem contra o mal”, disse.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.