A Embaixada do Brasil em Londres confirmou nesta segunda-feira, dia 13, que vem mantendo contato com familiares do jornalista inglês Dom Phillips, no Reino Unido, a respeito do desaparecimento dele e do indigenista Bruno Pereira, no Vale do Javari, na Amazônia. A embaixada se recusou, porém, a informar o teor dessas conversas.
Mais cedo, o jornal The Guardian, para com o qual Phillips colaborava, publicou relato de familiares do correspondente estrangeiro, segundo os quais diplomatas brasileiros disseram a eles, por meio de um telefonema na manhã desta segunda, que os corpos de ambos haviam sido localizados na selva.
A Polícia Federal, que lidera as investigações, negou ter encontrado os corpos de Dom Phillips e Bruno Pereira. “Não procedem as informações que estão sendo divulgadas a respeito de terem sido encontrados os corpos do Sr. Bruno Pereira e do Sr. Dom Phillips”, declarou o comitê de crise, liderado pela Superintendência da PF no Amazonas. Associação de indígenas Unijava, que auxilia nas buscas, também negou a informação.
Segundo a PF, “foram encontrados materiais biológicos que estão sendo periciados e os pertences pessoais dos desaparecidos”. No sábado, o presidente Jair Bolsonaro disse que investigadores recolheram material que aparentava ser “vísceras” humanas no rio.
“A Embaixada tem mantido contatos com a família de Dom Phillips, a pedido desta. A Embaixada não se pronunciará sobre o conteúdo desses contatos. Informações atualizadas sobre o caso devem ser solicitadas às autoridades responsáveis, no Brasil”, disse a representação diplomática brasileira no Reino Unido, em resposta ao Estadão.
Conforme o Guardian, um auxiliar do embaixador brasileiro, Fred Arruda, teria telefonado à família de Phillips e dito que não só os corpos haviam sido encontrados, como revelado detalhes. O jornal diz que, conforme esse diplomata, os cadáveres estariam amarrados em uma árvore na mata.
“Ele disse que gostaria que soubéssemos que haviam sido encontrados dois corpos”, disse o cunhado de Dom Phillips, Paul Sherwood, conforme declaração reproduzida pelo jornal britânico. “Ele não descreveu onde foram encontrados e só disse que era na floresta e que estavam amarrados a uma árvore e não haviam sido identificados ainda.”
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