Embaixada da Hungria demite funcionários brasileiros após vazar vídeo de visita de Jair Bolsonaro

Ex-presidente se hospedou no local entre os dias 12 e 14 de fevereiro, após ser alvo de operação da PF; procurada pelo ‘Estadão’, Embaixada da Hungria não se manifestou

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Foto do author Felipe Frazão
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A Embaixada da Hungria no Brasil demitiu nesta semana dois funcionários brasileiros. Os desligamentos ocorreram após a divulgação de imagens do circuito interno da sede de representação diplomática, em Brasília, que mostram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no local em fevereiro.

As demissões foram informadas pela CNN Brasil e confirmados pelo Estadão nesta quarta-feira, 3. Procurada, a embaixada húngara no Brasil não se manifestou.

Bolsonaro flagrado em imagens na embaixada da Hungria, segundo NYT Foto: Reprodução/NYT

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Imagens divulgadas pelo jornal americano The New York Times em 25 de março mostram que Bolsonaro se hospedou na Embaixada húngara entre os dias 12 e 14 de fevereiro. A estadia ocorreu após o ex-presidente e aliados dele terem sido alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 8 de fevereiro.

O espaço físico de uma embaixada é inviolável graças a tratados internacionais assinados pelo Brasil. Ou seja, se a Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra o ex-presidente, a decisão não poderia ser cumprida sem aval do embaixador ou país estrangeiro. A Hungria é comandada pelo premiê Viktor Orbán, um dos aliados da política externa da gestão Bolsonaro.

Em nota, a defesa do ex-presidente confirmou que ele ficou hospedado na embaixada húngara, mas disse que a visita foi destinada a “manter contatos com autoridades do país”. Bolsonaro foi convocado a prestar esclarecimentos sobre o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) e negou que a visita tenha sido uma forma de estar fora do alcance da Justiça nacional.

“Não há, portanto, razões mínimas e nem mesmo cenário jurídico a justificar que se suponha algum tipo de movimento voltado a obter asilo em uma embaixada estrangeira ou que indiquem uma intenção de evadir-se das autoridades legais ou obstruir, de qualquer forma, a aplicação da lei penal”, disseram os advogados de Bolsonaro ao STF.

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A primeira versão deste texto dizia que a embaixada constituía extensão do território do país de origem, o que não procede. A embaixada é inviolável, mas continua sendo território brasileiro.

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