Empresa investigada por pagar despesas de Michelle Bolsonaro movimentou R$ 32 milhões, diz Coaf

CPI do 8 de janeiro investiga motivo de repasses para militar da equipe de Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro

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Atualização:

BRASÍLIA – O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) avalia que houve movimentação “incompatível” de recursos nas contas de uma empresa investigada por supostamente financiar despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A suspeita envolve a Cedro do Líbano Comércio de Madeira e Materiais para Construção.

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A empresa recebeu R$ 16,6 milhões e desembolsou R$ 16,6 milhões entre o começo de janeiro de 2020 e o fim de abril deste ano. A movimentação de R$ 32,2 milhões foi considerada incompatível com o porte, o patrimônio, a atividade e a capacidade financeira da empresa.

“Chama atenção a aparente incompatibilidade entre o porte / estrutura, vis à vis o volume transacionado a crédito no período analisado, o que supostamente pode demonstrar que cliente esteja utilizando a conta para transacionar recursos provenientes de atividades não declarada”, diz o relatório do Coaf sobre a Cedro do Líbano, que também é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Os dados sobre a movimentação financeira “atípica” da empresa foram enviados à CPI do 8 de janeiro. A Cedro é investigada em inquérito da Polícia Federal, em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

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No relatório do Coaf, é destacado que a empresa fez duas transferências bancárias, de R$ 8.330,00 cada, para o sargento Luís Marcos Dos Reis, um dos militares da equipe de Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Tanto Cid quanto Reis estão presos desde maio por suspeita de envolvimento em esquema de fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro. Antes de ser preso, Reis tinha participado pessoalmente dos ataques golpistas de 8 de janeiro em Brasília.

A Cedro do Líbano entrou na mira da CPI e da PF não só pelas transações com o militar que trabalhou com o ex-presidente, mas também porque fechou contratos com a Codevasf durante o governo de Bolsonaro.

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