Empresa nega ter proximidade com Renan

Grupo SS diz que doação de R$ 400 mil para diretório do PMDB de Alagoas, principal repassador para campanha do senador, foi legal

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RIO - O grupo SS Administração e Serviços, que contribuiu com R$ 400 mil para o diretório do PMDB de Alagoas - o principal repassador de dinheiro para a campanha ao Senado de Renan Calheiros (PMDB-AL) em 2010, disse que a doação foi feita seguindo os parâmetros legais. O grupo integra consórcio ERT, vencedor de concorrência da Transpetro, cujo presidente licenciado, Sérgio Machado, é afilhado político do hoje presidente do Senado. "Nas eleições de 2010 fizemos doações a partidos e candidatos a cargos diversos, de regiões diversas e de partidos políticos diferentes", afirmou Fábio Vasconcelos, diretor comercial do Estaleiro Rio Maguari, em e-mail em nome do grupo. Ele disse que executivos da empresa não mantêm qualquer proximidade com Machado ou Renan. A empresa alegou que, apesar das acusações do Ministério Público Federal de atraso na conclusão dos comboios navais, até hoje já entregou mais produtos à Transpetro do que recebeu de pagamento. A estatal confirma que, enquanto não entregar toda a encomenda da embarcações, o estaleiro não receberá os 95% de saldo contratual e deve, nesse meio tempo, assumir a construção com recursos próprios. A subsidiária da Petrobrás argumenta que o contrato foi auditado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sem que qualquer irregularidade tivesse sido encontrada. A Transpetro informou que o resultado da licitação foi favorável à empresa porque a proposta do ERT foi US$ 36 milhões mais barata que a do segundo colocado. Sobre a distribuição das doações de campanha em 2010, antes da reforma política que alterou a legislação eleitoral, o PMDB de Alagoas informou que privilegiou o financiamento de Renan por ele ter concorrido a um cargo majoritário. Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, Renan não respondeu aos questionamentos do Estado. Machado não foi encontrado, mas tem negado reiteradamente a existência de irregularidades na licitação para a contratação dos 20 comboios e que tenha participado de qualquer esquema de corrupção, ao contrário do que denunciou o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, em delação à Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

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