Encontro de Bolsonaro e Michelle com pastores tem pedido de ‘vira voto’ de evangélicos nordestinos

Sem citar Lula, presidente pede a fiéis entrarem em contato com ‘rmãos nordestinos’; petista obteve votação expressiva na região

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Foto do author Giordanna Neves
Por Gustavo Queiroz, Giordanna Neves (Broadcast) e Matheus de Souza
Atualização:

Em culto da Assembleia de Deus no Brás, o presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta terça-feira, 4, a fiéis entrarem em contato com “irmãos nordestinos” e falar para eles “onde nós podemos ir”, sem citar diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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“Tivemos uma derrota grande no Nordeste. A culpa não é do povo nordestino. Lá eles foram administrados por ao menos 20 anos por esse partido (PT)”, disse. A votação em Lula na região foi expressiva e decisiva para colocar o petista na liderança no primeiro turno.

Bolsonaro também disse que há sinais de que “existe gente que está ao nosso lado” no Nordeste, por causa da vitória que obteve na capital de Alagoas, Maceió.

Mais cedo, em outro evento com lideranças religiosas da Assembleia de Deus, o pastor José Wellington Junior, um dos oradores, sugeriu aos pastores ligarem a parentes nordestinos e pedirem votos a Bolsonaro. “Nós todos temos parentes que moram no Nordeste. Ligue para seu parente e diga para ele em quem deve votar para presidente. Alguns nordestinos estão mal informados”, disse, nesta terça-feira, 4, em referência à votação expressiva de Lula na região.

Já Bolsonaro afirmou ser preciso mudar as atitudes daqueles que estão sendo “levados pelo canto da sereia”, em referência a Lula. Também disse que as eleições no último domingo foram um “milagre”, mas ponderou que “nada está ganho”.

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“O que aconteceu no último domingo também é um milagre, estavam todos contra mim”, disse, reforçando que fará o que for possível para vencer a disputa presidencial. “Nós devemos fazer tudo aquilo que está ao nosso alcance. Quando for impossível fazer nas nossas mãos, nós devemos aí sim entregar nas mãos de Deus”, completou.

O presidente Jair Bolsonaro da confraternização das Assembleia de Deus em São Paulo; presidente reforçou que é católico e sua esposa evangélica, mas diz respeitar 'qualquer religião, até quem não tenha religião'. Foto: Alex Silva/Estadão

O encontro reuniu a Convenção Fraternal das Assembleias de Deus, em São Paulo, com a presença de diversas lideranças religiosas. Também estavam presentes o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), o candidato ao governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o senador eleito, Marcos Pontes (PL).

A primeira-dama Michelle Bolsonaro também pregou ao eleitorado indeciso. Ela disse que a igreja não pode ser omissa e precisa se posicionar e buscar eleitores “que não sabem em quem votar”.

“Nós sabemos que todos esses ataques é porque o nome do nosso Deus é em primeiro lugar. Precisamos convencer aqueles que não sabem em quem votar”, disse.

“É inadmissível cristão falar que vota num ser que é contra a palavra do Senhor”, emendou, sem citar Lula.

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Michelle voltou a afirmar que as eleições representam uma luta do bem contra o mal e diz crer na vitória. “A gente queria a vitória no primeiro turno. Mas a gente entendeu que se tivesse recebido em primeiro turno talvez a igreja não estivesse preparada para isso”, declarou.

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Durante o encontro, um dos oradores endossou apoio dos fiéis à candidatura de Bolsonaro. O pastor pediu votos ao chefe do Executivo e disse, sem mencionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que “presidente não manda na igreja”, principalmente “presidente que não é crente”.

Líder nas urnas no primeiro turno para o governo de São Paulo, Tarcísio afirmou que as lideranças presentes na igreja têm um papel fundamental na eleição. Sem citar Lula ou seu adversário Fernando Haddad (PT), ele disse que há “mordomo infiel querendo voltar” em referência a uma parábola. “A gente não pode admitir que o mordomo infiel volte (…) Nossos líderes precisam se posicionar”, reforçou. Mais cedo, o ex-ministro recebeu o apoio do governador Rodrigo Garcia (PSDB).

Em aceno novo ao segmento religioso, Bolsonaro reforçou que é católico e sua esposa evangélica, mas diz respeitar “qualquer religião, até quem não tenha religião”.

Ele também ironizou o ex-presidente ao dizer que “lugar de bandido é na cadeia”. “Já que ele falou lugar de pastor é na igreja e de militar é no quartel, eu diria que lugar de bandido é na cadeia”, concluiu.

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