O vídeo em que manifestantes bolsonaristas cantam o Hino Nacional com os braços erguidos em posição semelhante à saudação nazista repercutiu entre países cuja história está ligada ao holocausto judeu. O embaixador da Alemanha no Brasil, a embaixada de Israel e a Confederação Israelita no Brasil (Conib) condenaram o ato e reforçaram a necessidade de que se tomem providências sobre o caso. O fato foi registrado em São Miguel do Oeste, em Santa Catarina, durante manifestações antidemocráticas na quarta-feira, 2.
O embaixador alemão no Brasil, Heiko Thoms, publicou em sua rede social que “o uso de símbolos nazistas e fascistas por ‘manifestantes’ claramente de extrema direita é profundamente chocante”, e acrescentou que “apologia ao nazismo é crime!”.
Na sequência, Thoms ainda reforçou que “não se trata de liberdade de expressão, mas de um ataque à democracia e ao Estado de Direito no Brasil. Esse gesto desrespeita a memória das vítimas do nazismo e os horrores causados por ele.”
A embaixada de Israel no Brasil publicou no Twitter mensagem na qual afirma rejeitar “qualquer forma de referências nazistas no Brasil e em geral” e que está preocupada com o fenômeno registrado no País. Afirma ainda contar “com as autoridades competentes para que tomem as providências necessárias para acabar com esse tipo de atos ultrajantes.”
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) emitiu nota afirmando que “as imagens de manifestantes fazendo saudações nazistas em protesto em Santa Catarina são repugnantes e precisam ser investigadas e condenadas com veemência pelas autoridades e pela sociedade como um todo”, lembrando ainda que “o nazismo prega e pratica a morte e a destruição”. A entidade ainda reforçou que “fazer esse gesto (com o braço erguido acima da linha da cabeça) vestindo camisa da seleção brasileira é também uma ofensa às nossas Forças Armadas, que lutaram bravamente contra as forças nazistas na Europa durante a Segunda Guerra Mundial”.
Em investigação preliminar, o Ministério Público de Santa Catarina diz que “não houve intenção, aparentemente, de fazer apologia ao nazismo.”
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.