Bolsonaro fez harmonização dentária em Goiânia em meio a escândalo de joias e investigação da PF

Procedimento estético foi feito após o ex-presidente negar, em uma entrevista ao ‘Estadão’, a sua participação no esquema de venda ilegal de peças preciosas que é investigado pela PF

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Foto do author Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA – Em meio às investigações da Polícia Federal (PF) sobre um esquema de venda ilegal de joias que foram omitidas do acervo da Presidência da República, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou um procedimento nos dentes em uma clínica estética localizada em Goiânia. O procedimento foi feito na última sexta-feira, 18, pelo dentista Rildo Lasmar, que postou o antes e o depois da operação nas redes sociais.

Procedimento estético nos dentes feito por Bolsonaro em Goiânia Foto: Reprodução/Instagram

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Ao Estadão, a clínica de Lasmar, que fica localizada em uma região nobre da capital goiana, disse que o ex-presidente fez um ajuste de lentes de contato que usa nos dentes. Segundo os profissionais, o procedimento é feito para eliminar incômodos na boca, utilizando lâminas de porcelana.

À revista Veja, o dentista disse que o ex-presidente fez o serviço em 28 dentes e que cada um, em média, custa R$ 3 mil. O total gasto com o procedimento, então, foi de R$ 84 mil. “Bolsonaro, pelo que percebi, ficou muito feliz com o sorriso, saiu satisfeito do consultório. Foi um paciente muito simples, não reclamou de nada”, disse Rildo Lasmar.

Procedimento foi feito após Bolsonaro negar envolvimento no esquema das joias

A visita de Bolsonaro na clínica de Lasmar ocorreu logo após o ex-presidente conceder uma entrevista para o repórter Wesley Galzo, do Estadão, onde negou a sua participação no escândalo da venda ilegal de joias ao exterior. Em uma padaria em Abadiânia, município que fica no trajeto entre Brasília e Goiânia, Bolsonaro negou que tenha mandado Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, vender um relógio Rolex, recebido por autoridades da Arábia Saudita, nos Estados Unidos, e disse que ele tinha autonomia para comercializar a peça.

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O ex-presidente afirmou também que não recebeu nenhum dinheiro proveniente do esquema. O advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, alega que o cliente vendeu o relógio Rolex e entregou o dinheiro a Bolsonaro. As tratativas sobre a suposta venda da peça estão presentes nos relatórios da PF que coletou trechos de conversas entre Mauro Cid e Marcelo Câmara, assessor especial da Presidência. Em um áudio, Cid afirmou que entregaria US$ 25 mil que, segundo as investigações, pertenciam ao ex-presidente em “cash” (espécie).

Segundo a PF, Cid e outros auxiliares de Bolsonaro venderam joias e outros objetos de valor recebidos em viagens oficiais da Presidência da República fora do País. Os itens de luxo deveriam ser incorporadas ao acervo da União, mas foram omitidos do conhecimento dos órgãos públicos, negociados para fins de enriquecimento ilícito e entregues em dinheiro vivo para o ex-chefe do Executivo, conforme os investigadores.

As tentativas de vender as joias só foram paralisadas após o Estadão revelar, em março, que auxiliares de Bolsonaro tentaram entrar ilegalmente no Brasil com um kit composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes entregues pelo governo saudita para o então presidente e Michelle Bolsonaro.

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