Lula não prometeu 'bife de soja' ao invés de 'churrasco com picanha'; vídeo foi editado

Postagem que viralizou nas redes omite parte em que ex-presidente eleito diz que, em seu governo, quem não gosta de carne poderia comer bife de soja

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Por Giovana Frioli

Por Giovana Frioli, especial para o Estadão

Circula nas redes sociais um vídeo editado para sugerir que o "churrasco com picanha", prometido pelo presidente eleito Luiz Inácio da Silva (PT) durante a campanha eleitoral, seria na verdade um "bife de soja". Trata-se de um corte no vídeo da entrevista original de Lula, em que prometia que, com a recuperação econômica, as pessoas poderiam fazer um "churrasquinho" em família e aqueles que não gostam de carne poderiam comer um "bife de soja ou pastel de caju".

 

Uma publicação no Facebook do deputado estadual Gil Diniz (PL) ironiza aqueles que votaram no petista: "votou no Lula para comer picanha, mas vai comer bife de soja e 'tomar' no caju". No conteúdo editado, há uma colagem com dois vídeos do presidente eleito: um ao lado do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e outro de uma entrevista ao canal de YouTube Desce a Letra Show, gravado em 23 de outubro de 2022, uma semana antes do segundo turno das eleições. No vídeo que circula nas redes, um trecho da fala de Lula ao canal de YouTube é suprimido, a fim de dar um sentido diferente ao que foi dito por ele. O corte fica perceptível aos 32 segundos do vídeo editado.

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Aos 27 minutos da entrevista original, o então candidato é questionado sobre como iria garantir a "cerveja e picanha" caso fosse eleito. Lula responde: "Na verdade, eu não estou prometendo churrasco. O que eu tô dizendo é que a gente vai voltar a recuperar a economia desse País para que o povo possa, no final de semana, convocar a família e comer um churrasquinho, tomar uma cerveja. Quem não gosta de cerveja pode tomar refrigerante, ou água. Quem não gosta de carne pode comer um bife de soja, um pastel de caju, qualquer coisa".

A publicação de Gil Diniz teve 21 mil visualizações no YouTube. O parlamentar foi procurado por e-mail mas não respondeu até a publicação.

Lupa, Aos Fatos, AFP e UOL também publicaram checagens sobre este conteúdo.

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