‘Estou dando técnicas de uma guerrilha digital’, diz Janones

Em entrevista ao ‘Estadão’, deputado federal fala das dificuldades em articular as redes sociais na campanha de Lula e das estratégias para a última semana

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Foto do author Renata Cafardo

Em uma semana, o deputado federal reeleito André Janones (Avante-MG) reuniu mais de 130 mil pessoas em grupo de Telegram, reduto bolsonarista, de onde determina ações à militância digital petista. Em entrevista ao Estadão, ele fala das dificuldades em articular as redes sociais na campanha de Lula e das estratégias para a última semana.

Janones em live feita com Lula Foto: Facebook/Reprodução

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Como o senhor tem articulado a campanha de Lula nas redes?

A esquerda tem decisões descentralizadas e um compromisso com a democracia, mas a maneira de comunicar nas redes sociais não privilegia a democracia, não dá tempo de debate, é tudo na velocidade da luz. Cada um tem o seu assunto, tem a sua pauta, só que isso não está funcionando do ponto de vista eleitoral, porque do lado de lá tem um comandante que fala ‘façam isso’ e todos fazem. E é assim que eles estão vencendo essa guerra. O eleitor de Bolsonaro é soldado do Bolsonaro. Ele mata ou morre pelo Bolsonaro. Então, eles engajam mais e eu estou tentando contrapor a isso montando um exército, nas minhas redes sociais, no Telegram, para a gente direcionar esses comandos centrais de como agir nessa reta final. Estou dando técnicas de uma guerrilha digital.

Acredita que está sendo ouvido na campanha do PT?

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Eu falo todo dia, toda hora, acho que é um processo. Tomara que essas mudanças que já vem ocorrendo se intensifiquem para que a gente não permita a virada. Mas eles estão ouvindo, sim, devagarinho está indo. Tem que ter decisão rápida. Um exemplo: Eduardo Bolsonaro colocou as decisões da Justiça tirando o programa de Bolsonaro do ar e escreveu: ‘vocês acham isso justo?’ Eu respondi: ‘acho’, com um joinha. Está explodindo. Percebe que não dá tempo de eu reunir a minha equipe? É rápido, é instantâneo.

Qual a função do grupo que criou no Telegram?

É para capturar as pessoas, ter uma concentração de forças. E tem o aval do presidente Lula, por isso que eu tenho usado o nome dele. Estou tentando centralizar, ditar a pauta. A gente vai ditar o que o campo progressista vai falar naquele momento, através desse grupo.

E o senhor tem o aval de fazer isso sem perguntar para ninguém?

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Eu faço nas minhas redes. Na do presidente Lula ainda é necessário todo esse debate, etc, ter um pouco mais de cuidado.

Qual a estratégia para a última semana?

Eu tenho um objetivo, centralizar os comandos que serão disparados. Agora, qual a pauta exata, aí muda toda hora, entendeu? Não tem como eu te falar, não é nem pela questão de eu estar segurando um segredo, o que vai ser a pauta amanhã. A gente vai acordar e ver o que está sendo pauta, discussão, naquele momento no país e jogar aquilo, entendeu?

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