ORLANDO - A caminho do Tribunal Criminal de Manhattan nesta quinta-feira, 12, para uma audiência sobre suposto esquema de fraude na construção do muro da fronteira dos Estados Unidos com o México, o ex-assessor da Casa Branca Steve Bannon, também ex-estrategista de Donald Trump, fez comentários sobre o Brasil e elogiou as manifestações contra o resultado das eleições.
Bannon alegou que a eleição presidencial no Brasil foi “roubada” e elogiou o que chamou de “combatentes da liberdade”, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que questionam o resultado do pleito.
Perguntado se ele havia mantido contato com Bolsonaro nos últimos dias, Bannon desconversou. “Há quantos dias estão protestando no Brasil, há quantos dias?”, perguntou aos repórteres presentes. Questionado sobre a insurreição de 8 de janeiro em Brasília, respondeu: “Não, não, há 75 dias!”, referindo-se à data do segundo turno das eleições no Brasil.
“Há milhões de pessoas nas ruas, protestando, dezenas de milhões, e a grande mídia não está cobrindo”, disse. “Dezenas de milhões!”, repetiu, antes de seguir em direção ao tribunal. Ele é acusado de ter fraudado mais de US$15 milhões na construção do muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, feito com financiamento privado.
Na última segunda-feira, 9, Bannon já havia se pronunciado sobre a situação do Brasil e dito que as eleições teriam sido fraudadas. “Não vou recuar nem um centímetro quanto a isso”, disse, em entrevista. Na ocasião, ele repetindo acusações de fraude eleitoral no Brasil e pediu a abertura de investigação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também defendeu que as urnas eletrônicas sejam checadas e as atas de votação abertas, embora o resultado da votação já tenha sido atestado e a segurança dos equipamentos comprovada. “Sejam transparentes, deixem os cidadãos do Brasil verem”, disse Bannon em seu podcast “War Room”.
O processo eleitoral brasileiro foi acompanhado, inclusive, por observadores internacionais, as autoridades expuseram o mecanismo pelo qual os votos são processados e não houve qualquer indício de problemas.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.