O ex-governador do Ceará Lúcio Alcântara (PR) anunciou hoje apoio à candidatura do tucano José Serra à Presidência da República. No primeiro turno, Lúcio apoiou Dilma Rousseff (PT), mas segundo ele, não encontrou reciprocidade da petista para a campanha dele ao governo do Estado. O republicano queria do PT o mesmo tratamento dado ao governador Cid Gomes (PSB), que acabou sendo reeleito com mais 60% dos votos válidos. Alcântara terminou em terceiro lugar na disputa, atrás do tucano Marcos Cals."Quando decidi oficializar meu nome como candidato ao governo do Estado, tive a garantia do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, entre outras lideranças nacionais do partido, de que a candidata Dilma Rousseff participaria da nossa campanha, como faria em todos os Estados onde houvesse mais de um palanque de aliados", disse.No programa eleitoral gratuito, ele exibia mensagens e imagens antigas com Dilma e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto ambos apareciam em imagens novas pedindo votos para Cid Gomes. "O que vimos foi um apoio ostensivo da candidata Dilma ao nosso adversário. Mesmo assim continuamos levando o nome dela a todo o Estado até o dia três de outubro", afirmou. "Não fui sequer avisado na única visita que ela fez ao Ceará. Soube pelos jornais, e quando ela já havia ido embora."De acordo com ele, terminado o primeiro turno, José Serra o procurou em busca de apoio. "Ele (Serra) reiterou seu compromisso com o Nordeste e com o Ceará. Compartilhei com todos do PR, e com pessoas que estiveram junto conosco durante o primeiro turno das eleições, o convite para apoiar Serra à Presidência da República. E juntos tomamos a decisão", contou.Os republicanos cearenses se juntarão aos tucanos, aos democratas e ao PPS amanhã, durante visita de Serra ao Ceará. O tucano participará da missa de encerramento da Romaria de São Francisco, em Canindé, no sertão. Será a primeira vez que Alcântara dividirá palanque com senador Tasso Jereissati (PSDB) desde a campanha de 2006, quando os dois romperam relações políticas. Tasso se recusou a apoiar Alcântara, então governador, para abraçar informalmente a campanha de Cid Gomes.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.