Ex-PM e empresário de jogador de futebol: quem é o vereador que assume a vaga de Camilo Cristófaro

Dr. Adriano Santos é advogado e promete priorizar Zona Leste da cidade no mandato que assume nesta quarta-feira, 20

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Foto do author Ricardo Corrêa
Atualização:

O ex-policial militar, advogado e empresário de jogadores de futebol Adriano Santos (PSB) assumirá a vaga do vereador cassado Camilo Cristófaro (Avante) na Câmara de São Paulo. Cristófaro perdeu o mandato em razão de falas racistas proferidas no ano passado, durante a CPI dos Aplicativos. A posse do novo vereador está marcada para esta quarta-feira, 20, às 15h.

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Dr. Adriano, como o novo vereador é chamado, já havia assumido o mandato como suplente no ano passado, quando Eliseu Gabriel (PSB) se afastou por 30 dias para cuidar de problemas particulares.

O novo parlamentar atuou como policial militar na Zona Leste da Capital, onde começou a participar de projetos sociais antes de fazer um curso de Direito. Adriano Santos é pós graduado em Direito e Processo Penal, possui cursos de Extensão do Tribunal do Júri.

Vereador Dr. Adriano Santos assumirá a vaga de Camilo Cristófaro na Câmara de São Paulo Foto: Afonso Braga | REDE CÂMARA SP/Divulgação

Em suas redes sociais, ele destaca com frequência sua atuação como empresário de jogadores de futebol, por meio do projeto “Relâmpago Araguaí” que atua com crianças carentes da Zona Leste. Segundo ele, em meio a milhares de crianças, passaram pelo Relâmpago, no início da carreira, jogadores como Paulinho (Corinthians, Barcelona e Seleção Brasileira), Maicon Leite (Santos e Palmeiras), Fabrício (Internacional e Palmeiras) e Breno (São Paulo, Bayern e Vasco). Recentemente, Dr. Adriano publicou fotos com novos talentos assinando contratos no Palmeiras e na Portuguesa.

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Ao Estadão, o novo vereador afirmou que seu mandato será focado na melhoria de vida dos habitantes da Zona Leste. “No último censo, dos 20 piores distritos para se morar, nove são da Zona Leste. Dois em São Miguel Paulista - Vila Jacuí e Jardim Helena, onde nasci. Nesse momento, a prioridade é dar atenção ao povo tão sofrido de lá, onde falta saneamento, água, esgoto, educação pública. A prioridade é dar voz a esse povo”, afirma.

Camilo Cristófaro foi cassado por proferir fala racista no ano passado

A Câmara Municipal de São Paulo decidiu nesta terça-feira, 19, cassar o mandato do vereador Camilo Cristófaro (Avante). Por 47 votos a favor e 5 abstenções, o plenário da Casa entendeu que o vereador cometeu quebra de decoro parlamentar ao proferir uma frase racista durante a CPI dos Aplicativos, em maio do ano passado. Com o afastamento, o suplente de Cristófaro, Adriano Santos (PSB), será chamado a tomar posse.

A representação contra Cristófaro, na época ainda no PSB, foi apresentada pela vereadora Luana Alves (PSOL) após ele proferir uma frase racista durante uma sessão híbrida da CPI dos Aplicativos. Em áudio vazado, Cristófaro disse: “Olha só, lavando a calçada. Isso é coisa de preto”. Por conta da repercussão negativa, o diretório estadual do PSB desfiliou o vereador da legenda. A decisão foi tomada pelo presidente estadual da sigla, Jonas Donizette.

Vereador Camilo Cristófaro foi cassado nesta terça-feira, 19, pela Câmara de São Paulo Foto: André Bueno/CMSP/Divulgação

Um dia depois do episódio, Cristófaro se desculpou publicamente. “Eu peço desculpas a toda população negra por esse episódio que destrói toda minha construção política na busca de garantia à cidadania dos paulistanos, principalmente aos que têm suas portas de acesso ao direito diminuída pelo racismo estrutural. Apesar de ter tido uma fala racista, em minhas atitudes e com o tempo vocês terão a oportunidade de constatar isso”, afirmou na ocasião.

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Na Justiça, porém, Camilo Cristófaro acabou vendo seu caso ser arquivado. O juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares, da 17ª Vara Criminal de São Paulo, rejeitou a denúncia argumentando que a fala do parlamentar poderia sim ser considerada discriminatória, mas foi dita “sem a vontade de discriminar”. Segundo Soares, a frase “foi extraída de um contexto de brincadeira, de pilhéria, mas nunca de um contexto de segregação”.

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