São Paulo - A previsão das três campanhas tucanas é de que a disputa das prévias vá para o 2.º turno. Se isso acontecer, a nova consulta aos filiados do partido da capital paulista será realizada no dia 20 do próximo mês.
Porém, nem a possibilidade de ter de negociar apoio de um adversário no 2.º turno foi capaz de serenar os ânimos de Doria, Matarazzo e Tripoli.
Os tucanos reconhecem que, após o final do processo, o vencedor das prévias dificilmente contará com o engajamento concreto dos rivais depois de encerrado o confronto interno. A avaliação generalizada no partido é de que o acirramento do processo só beneficiou os adversários. “Até agora essa prévia está provocando muito desgaste entre a militância. Se isso se repetir no segundo, será péssimo”, afirma o ex-deputado José Aníbal. Aliado de Ricardo Tripoli, ele preside o Instituto Teotônio Vilela, braço do PSDB.
“Não vi nada parecido nos 40 anos de vida partidária. Não há como avaliar o estrago. É muito triste o que estamos vendo”, completa o ex-governador Alberto Goldman, que apoia Andrea Matarazzo.
Sem nenhum tipo de regulamentação, as prévias do PSDB na capital se transformaram em uma batalha sem precedentes na história do partido. Diante da troca pesada de acusações entre partidários de Doria e Matarazzo, que incluem uso de escuta ilegal e compra de votos, o deputado Ricardo Tripoli espera surgir como opção de “terceira via”. “É um equívoco fazer neste momento uma disputa pela Presidência da República”, diz o deputado.
Em tese, o colégio eleitoral tucano na capital é formado por 27 mil nomes, mas ninguém sabe ao certo quantos estão aptos a votar, já que o cadastro da sigla está desatualizado. A previsão é de que o resultado final seja divulgado por volta das 17h deste domingo. A apuração será na Câmara Municipal de São Paulo.
Nas prévias de 2012, o hoje senador José Serra venceu as prévias do PSDB ao receber 52,1% dos votos; seus concorrentes, o secretário estadual de Energia, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Tripoli, receberam, respectivamente, 31,2% e 16,7%. Ao todo, 6.229 militantes do partido votaram, sendo que Serra recebeu 3.176 votos, seguido de Aníbal (1.902) e Tripoli (1206). / P.V.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.