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Disputas de poder e o debate político-cultural brasileiro

Opinião|Cai a máscara: Lula nunca foi defensor de qualquer democracia

Os líderes do petismo, cada vez fica mais evidente, nunca superaram a queda do muro de Berlim e a dissolução da União Soviética

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Atualização:

Houve uma minoria de brasileiros identificados com o centro do espectro político brasileiro que votou e elegeu o presidente Lula em 2022 por acreditar que ele protegeria a democracia brasileira. Caiu num conto mentiroso e oportunista de um grupo político que jamais acreditou de verdade em valores democráticos, apenas usou o conceito para obter o poder.

A fala de Lula hoje, que na prática endossa a ditadura venezuelana perpetrada por Nicolas Maduro, apenas deixou revelar a farsa. O presidente disse que as controvérsias serão esclarecidas quando “se apresentarem as atas”, que como já consta em um site de piadas, devem estar sendo elaboradas pelos ex-diretores das lojas Americanas.

O presidente Lula em encontro com Nicolas Maduro no início do ano. Foto: Ricardo Stuckert/PR Foto: Ricardo Stuckert

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São vários os exemplos de momentos chave em que Lula e o PT atuaram contra a democracia. A ditadura de 1964 terminou com a eleição indireta de Tancredo Neves em janeiro de 1985. O PT votou contra Tancredo. Assim como não quis assinar a Constituição de 1988, que consolidou o processo democrático.

Lula até já elogiou Hitler. No poder, queria criar um conselho para amordaçar a imprensa. Mas a gente sempre achava que eram pequenos descuidos do líder bem-intencionado. Ao contrário, talvez o autoritarismo seja sua essência. Aliás, está na sua biografia escrita por Fernando Morais: Lula apoiou o golpe em 1964.

As posições do PT e de Lula de simpatia com autocracias como a de Putin, na Rússia, de ditaduras como a cubana ou da Nicarágua, ou de autoritários como Maduro mostram que o fulcro do pensamento do partido sempre foi o antiamericanismo e o despotismo.

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Democracia? Para PT e Lula uma bela palavra a ser utilizada como escada para conquistar o poder. Muitos caem na armadilha. Fica uma pergunta ao presidente: é normal sequestrar líder da oposição? É normal sete milhões de pessoas abandonarem seu país natal depois de construírem uma vida no local onde nasceram? É normal apagão de transparência entre o fim da eleição e a divulgação do resultado? É normal morrerem onze e setecentos serem presos por questionarem o resultado suspeito de fraude? Para o nosso presidente, nada grave, nada assustador.

Os líderes do petismo, cada vez fica mais evidente, nunca superaram a queda do muro de Berlim e a dissolução da União Soviética. Mantêm o ódio ao capitalismo e aos valores da sociedade aberta, como a livre circulação de ideias. Querem o controle do Estado, seja sobre empresas, processos econômicos ou opiniões.

Anteriormente foi Celso Amorim. Depois foi a nota do PT defendendo Maduro. houve uma vã esperança de que Lula colocasse um freio de arrumação nesses desatinos. Ao contrário. A fala de hoje mostrou que Lula está do lado dos tiranos. Talvez sempre esteve, mas hoje resolveu tirar a máscara.

Que o troco daquele eleitor de centro que elegeu Lula por uma margem mínima de votos, confiando em sua palavra, seja bem dado em 2026. Depositando seu voto em qualquer candidato que defenda de fato a democracia e não a considere um valor burguês a ser descartado a qualquer momento.

Opinião por Fabiano Lana

Fabiano Lana é formado em Comunicação Social pela UFMG e em Filosofia pela UnB, onde também tem mestrado na área. Foi repórter do Jornal do Brasil, entre outros veículos. Atua como consultor de comunicação. É autor do livro “Riobaldo agarra sua morte”, em que discute interseções entre jornalismo, política e ética.

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