Um grupo de familiares, amigos e organizações da sociedade civil participou de um protesto silencioso nesta quinta-feira, 9, em frente à embaixada do Brasil em Londres, para cobrar resultados das autoridades brasileiras nas buscas pelo jornalista colaborador do The Guardian Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Araújo Pereira. A dupla desapareceu no domingo, 5, durante uma expedição no Vale do Javari.
Os participantes carregaram cartazes com os dizeres “Onde está Bruno e Dom?”, escritos em português e em inglês e deixaram rosas no local, que fica próximo ao Palácio de Buckingham. O silêncio que predominava entre os manifestantes foi quebrado apenas por uma declaração da irmã do jornalista inglês, Sian Phillips, que acusou as autoridades brasileiras de morosidade no início das buscas.
“Por que demorou tanto para eles começarem a buscar meu irmão e Bruno? Nós queremos descobrir o que aconteceu com eles e que qualquer responsável por um possível ato criminoso seja levado à Justiça. E queremos uma investigação persistente e transparente”, disse.
Organizado pelo Greenpeace, o protesto durou cerca de uma hora e, depois, alguns manifestantes foram recebidos por representantes da embaixada. A organização também cobrou o governo brasileiro de agir na resolução do caso. “Qualquer coisa menos do que isso só mostra como você está incentivando a violência contra aqueles que defendem a Amazônia e seu povo”, escreveu em publicação no Twitter.
Em Los Angeles, onde o presidente Jair Bolsonaro participa da Cúpula das Américas em encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, dois veículos circularam pela cidade acusando o chefe do Executivo de incentivar a mineração ilegal na Amazônia. “Ameaçados e agora desaparecidos, onde estão Dom e Bruno?”, dizia uma das mensagens.
Na última quarta-feira, 8, um comitê de crise formado pela Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, Corpo de Bombeiros e Forças Armadas se reuniu para prestar contas da operação, que não “descarta nenhuma linha investigativa” apesar de ainda dizer não ter encontrado “indícios fortes de crime”. O grupo foi criado após a Justiça apontar “omissão” da União no dever de fiscalizar terras indígenas e proteger os povos indígenas isolados. No momento, 250 homens participam da operação.
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