A esquerda lulista, em suas manifestações públicas sobre os ataques terroristas do fim de semana que mataram centenas de civis israelenses e feriram outros milhares, variou entre sumir com o nome do Hamas (como fizeram o governo Lula, o PT e Guilherme Boulos) e tentar legitimar moralmente suas barbaridades como “resultado” de “anos e anos de tratamento discriminatório”, “violências” e “aumento dos assentamentos israelenses” (como fez, mais diretamente, Celso Amorim).
Mesmo com a Rússia violando a soberania da Ucrânia, Lula já havia reinserido o Brasil no bloco dos regimes autocráticos e, agora, sua tribo avança no grau de complacência com o terror, aliviando a barra de assassinos que deixaram um rastro de sangue e cadáveres até em festival de música eletrônica em Israel, onde ainda morreram amigos dos filhos de Jean Gorinchteyn, ex-secretário de Saúde de São Paulo.
Como Boulos afirmou condenar “sem meias palavras” os “ataques violentos a civis”, mas não citou o Hamas, Gorinchteyn decidiu deixar a pré-campanha do candidato do PSOL à prefeitura da capital paulista em razão de suas meias palavras. “Não estamos contra a Palestina. Mas é fundamental que grupos terroristas sejam nominados nas nossas falas e contestados em qualquer lugar do mundo”, alegou o médico, colocando a decência acima do projeto de poder, como raramente se vê na política brasileira.
Um mês antes dos ataques, o Irã foi convidado a participar dos Brics, com apoio do governo Lula, que deixou a ditadura chinesa trazer seus aliados para o grupo, sob a promessa de eventual apoio ao Brasil em ocupar uma cadeira incerta no Conselho de Segurança da ONU. Em poucos dias, tivemos duas notícias ilustrativas da natureza do regime: o prêmio Nobel concedido à ativista Narges Mohammadi “pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã”; e a participação iraniana no planejamento da ofensiva do Hamas contra Israel, noticiada no domingo pelo Wall Street Journal.
Lula conta com o STF, além de seus porta-vozes, para reescrever a história brasileira, apagando o petrolão. Para reescrever a história do mundo, apagando a complacência da esquerda lulista com Estados e grupos terroristas, vai ser um pouco mais complicado.
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