Flávio Bolsonaro ataca TSE e diz que Corte ‘não se preocupa com democracia’

Senador reforça questionamentos que o presidente tem feito, sem apresentar provas, sobre a lisura do sistema eleitoral brasileiro

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Foto do author Eduardo Gayer
Atualização:

BRASÍLIA - Na esteira dos ataques do bolsonarismo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a Corte não se preocupa com a democracia ao não implementar as mudanças no sistema eleitoral brasileiro propostas pelas Forças Armadas. O presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores vêm levantando suspeitas sobre o processo eleitoral, sem apresentar provas.

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“O que vai acontecer eu não sei se o TSE insistir com essa loucura de querer manter sob sigilo quem faz apuração da eleição”, afirmou, em entrevista ao SBT, o filho do presidente e coordenador da campanha à reeleição.

“Estão preocupados com a imagem deles, não estão preocupados com a democracia. Isso é muito grave”, insistiu. “Fica parecendo, com essa resistência, que estão querendo esconder alguma coisa. A gente está avisando desde antes: não vamos esperar acontecer para depois a gente acusar que teve problema”, disse.

O senador Flavio Bolsonaro no plenário da Casa. Foto: Dida Sampaio/Estadão

De acordo com Flávio, o TSE deveria “dar de prêmio” a Bolsonaro a adoção do voto impresso em um eventual segundo mandato. “A primeira coisa que o presidente, sendo reeleito, o TSE poderia dar para ele de prêmio é fazer o voto impresso, para acabar com qualquer tipo de discussão”, disse o senador na entrevista, sem considerar que a adoção do voto impresso cabe ao Congresso e que a proposta foi rejeitada no Parlamento no ano passado.

O filho do presidente ainda atacou o Supremo Tribunal Federal (STF), outro alvo comum do pai. “Depende de alguns deles ali pararem de querer ficar infernizando a vida do presidente dia sim e outro também”, disse ele, sobre como melhorar a relação tensa entre Executivo e Judiciário.

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Bolsonaro e seus apoiadores têm intensificado os ataques ao TSE e questionado a lisura do processo eleitoral, sem apresentar provas das supostas irregularidades. No dia 9, o tribunal tornou públicos sete questionamentos em que as Forças Armadas levantaram suspeitas e os classificou como “opinião”.

A equipe técnica da Corte reiterou a segurança das urnas eletrônicas e disse que não há “sala escura” de apuração dos votos.

Na última segunda-feira, durante evento com empresários em São Paulo, Bolsonaro falou na possibilidade de “eleições conturbadas” no País.

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