Flávio Bolsonaro diz que gastos do cartão corporativo do presidente servem para ‘garantir sua segurança’

STJ deve julgar ainda esta semana se acolhe decisão do TRF-3 para que dados sobre despesas sejam revelados integralmente; TCU já abriu investigação para apurar possíveis irregularidades

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Por Redação

O senador Flávio Bolsonaro (PL) saiu em defesa do pai, Jair Bolsonaro, após a hashtag “Jair Gasta, o Brasil Paga” figurar entre as mais comentadas no Twitter. Na rede social, opositores criticavam o sigilo imposto pelo presidente aos gastos de seu cartão corporativo. Somados às despesas do cartão do vice-presidente Hamilton Mourão, já foram gastos R$ 8,8 milhões desde o começo do ano nessa modalidade.

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O senador alegou que o presidente usa o cartão para “garantir a sua segurança”.

“Um ex-militante do PSOL tentou assassiná-lo, o que eleva seu grau de risco de morte pois a chance de ele ser vítima novamente do ódio da esquerda é grande”, disse nesta quarta-feira, 18.

No mesmo dia, acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de desembolsar gastos altos em seu casamento com Rosângela Silva: “Você não pode ter mais de uma televisão, mas no casamento dele pode ter mais de 200 garrafas entre espumantes e vinhos no valor entre R$ 800 a R$135″. De acordo com o PT, foi um evento privado, sem uso de dinheiro público.

A disputa entre os gastos de Bolsonaro, efetivados com orçamento público, e de Lula em seu casamento tomaram as redes sociais. Enquanto o presidente é acusado de extrapolar a média natural do uso do cartão pelo chefe do Executivo federal, o petista é tomado como “hipócrita” por gastar na cerimônia valores que a classes mais baixas, que defende, não têm acesso.

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Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão gastaram R$8,9 milhões no cartão corporativo da Presidência neste ano.  Foto: Evaristo Sá/AFP

O Estadão trava uma batalha judicial pelo acesso às informações do cartão corporativo de Bolsonaro há dois anos. O pedido de transparência cobra o direito de os jornalistas do veículo terem acesso à descrição de como o presidente Jair Bolsonaro faz uso dos recursos públicos para fins pessoais e organizacionais. O valor dos gastos é publicizado pelo Portal da Transparência, mas a explicação sobre os produtos e serviços comprados é omitida.

Quatro dias após a vitória na segunda instância, em março deste ano, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu a ordem dos desembargadores do TRF-3 para que os dados fossem integralmente repassados ao Estadão. O julgamento acontece nesta semana em plenário no tribunal, mas não há data prevista para conclusão.

Outras representações

Membro da Comissão de Fiscalização, Transparência e Controle do Senado, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) também pediu à Secretaria-Geral da Presidência da República o detalhamento dos gastos da Presidência da República com os Cartões de Pagamento do Governo Federal (CPGF), em fevereiro deste ano.

O requerimento do senador inclui gastos entre 2019 e 2021 e exige dados como nome/CPF do portador, responsável por autorizar o gasto, nome/CNPJ do favorecido, e valor pago.

Conforme noticiou o Estadão, o Tribunal de Contas da União (TCU) instaurou no início do mês uma investigação para apurar possíveis irregularidades na publicidade e nos gastos feitos por Bolsonaro com o cartão corporativo.

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