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Flávio Bolsonaro pede votos para Fabrício Queiroz, pivô em suposto esquema de ‘rachadinha’

Em vídeo publicado no Instagram, senador diz que ex-assessor foi vítima de perseguição; Ministério Público Eleitoral pediu rejeição do registro do candidato a vereador

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Foto do author Pedro Lima

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apareceu pedindo votos para o candidato a vereador em Saquarema (RJ) Fabrício Queiroz (PL-RJ), em vídeo publicado no Instagram. Na postagem, Flávio diz que Queiroz foi vítima de perseguição e usado na intenção de “atingir” a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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O candidato a vereador foi o pivô de uma investigação por suposto esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio, quando ele era deputado estadual do Rio de Janeiro. Na semana passada, o Ministério Público Eleitoral do Estado pediu à Justiça Eleitoral que o registro de candidatura dele fosse rejeitado.

“Todo mundo está vendo hoje as perseguições que nós sofremos com quem é de direita, e o Queiroz foi vítima disso lá atrás ainda. Tentaram usar o Queiroz para nos atingir e, graças a Deus, não conseguiram. E está aqui o Queiroz, de cabeça erguida e peito aberto, pedindo voto para vereador. E aqui eu estou pedindo para você também”, disse Flávio no vídeo publicado pelo candidato a vereador na sexta-feira, 30.

Em outra publicação, o ex-assessor aparece em uma foto com o senador. Queiroz também se apresenta na redes como “soldado do Bolsonaro”.

Fabrício Queiroz ao lado de Flávio Bolsonaro, que gravou vídeo de apoio para o ex-assessor Foto: @fabricioqueiroz_patriota via Instagram

Queiroz é policial militar e possui histórico com o ex-presidente. O ex-assessor foi acusado de suposta participação em um esquema de “rachadinha” quando Flávio ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ele chegou a ser preso em 2020, porém foi solto em 2021 e no ano seguinte o caso foi arquivado, sem julgamento do mérito.

Em 2022, o pré-candidato tentou ingressar na carreira política ao concorrer para o cargo de deputado estadual. Na época, ele afirmou que se eu tivesse o apoio da família Bolsonaro, com certeza seria o deputado mais votado do Rio de Janeiro.

“Os Bolsonaro são do tipo que valorizam aqueles que os trai. Bolsonaro não me ajudou em nada na minha campanha a deputado estadual em 2022. Nem na urna em que ele vota eu tive voto. Se ele sinalizasse favoravelmente à minha candidatura, hoje eu seria deputado”, disse, na época.

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Neste ano, Queiroz se filiou ao PL para concorrer ao cargo de vereador.

MP Eleitoral pediu rejeição de registro de candidatura de Queiroz

O Ministério Público Eleitoral do Rio de Janeiro pediu à Justiça Eleitoral que o registro da candidatura de Fabrício Queiroz à Câmara Municipal de Saquarema seja rejeitado. Em manifestação encaminhada no último dia 25, a 62ª Promotoria Eleitoral de Saquarema diz que Queiroz não apresentou a certidão sobre um processo a que o ex-assessor responde no Tribunal de Justiça do Rio. A defesa do ex-assessor disse já ter pedido a certidão.

“Considerando que o requerente não apresentou a certidão de objeto e pé referente ao processo que tramita perante o 2º grau do TJRJ, a saber, processo nº 0044427-82.2020.8.19.0000, sendo certo que tinha ciência da existência do referido processo criminal e, mesmo assim, silenciou com relação a sua existência, sendo dever do candidato apresentar voluntariamente as certidões exigidas pela Justiça Eleitoral quando do seu requerimento de registro de candidatura, oficia o MPE pelo indeferimento do registro de candidatura de Fabricio Jose Carlos de Queiroz”, diz o Ministério Público em manifestação.

Em entrevista concedida à revista Veja no ano passado, Queiroz disse que pretendia seguir um caminho político independentemente do ex-presidente e seus filhos. O PM reformado afirmou que o clã o via como um “leproso” e que são “do tipo que valorizam aqueles que os trai”.

“Os Bolsonaro são do tipo que valorizam aqueles que os trai. Bolsonaro não me ajudou em nada na minha campanha a deputado estadual em 2022. Nem na urna em que ele vota eu tive voto. Se ele sinalizasse favoravelmente à minha candidatura, hoje eu seria deputado”, reclamou.

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