O futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, defendeu nesta quinta-feira, 29, a operação da Polícia Federal que foi iniciada para prender suspeitos de envolvimento em atos de vandalismo em Brasília no dia 12 de dezembro. Para Dino, as ações policias têm o objetivo de “garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio”.
As ordens de prisão foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os policiais também fazem buscas em endereços ligados aos investigados. Ao todo, são cumpridos 32 mandados de prisão e de busca e apreensão. A Operação Nero acontece simultaneamente em Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
A investigação foi iniciada após a noite do dia 12 de dezembro, marcada por um conjunto de atos de vandalismo em Brasília. Manifestantes inconformados com a vitória e a posse iminente do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva incendiaram ônibus e carros, depredaram prédios públicos e privados, tentaram invadir sede da Polícia Federal e cercaram o hotel em que o petista estava hospedado, após sua diplomação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O estopim para os atos de violência foi a prisão temporária, por dez dias, do líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro. A ordem foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), por suspeita de insuflar manifestações antidemocráticas em vários pontos de Brasília.
Na época, o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, afirmou que uma parcela dos autores dos atos também fazia parte de um acampamento que se alojou em frente ao Quartel General do Exército.
Desde o resultado do segundo turno, no dia 2 de novembro, eleitores do presidente Bolsonaro montaram uma espécie de vigília aos arredores dos prédios das forças militares de diversos Estados. Com a bandeira do Brasil nas costas, esses apoiadores têm pedido por intervenção militar para reverter o cenário das votações.
Posse
Os atos de violência tem preocupado a equipe de Lula com relação ao dia da posse. Nesta quarta-feira, 29, em resposta a um pedido da organização petista, Moraes proibiu o porte de armas no Distrito Federal no período da posse do presidente eleito. A restrição vale a partir das 18h desta quarta-feira, 28, até 2 de janeiro. Quem descumprir a decisão será preso em flagrante por porte ilegal de armas.
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