Flávio Dino diz que extremistas bolsonaristas serão punidos e não impedirão festa de posse de Lula

Futuro ministro da Justiça diz que criminosos envolvidos nos atos violentos em Brasília não terão força para impedir a posse do presidente diplomado e que a Polícia Federal, a partir de 1º de janeiro, agirá com ainda mais rigor

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BRASÍLIA - O futuro ministro da Justiça, senador eleito Flávio Dino (PSB), afirmou nesta terça-feira, 13, que extremistas não terão força para impedir a posse do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O senador disse ainda que o governo de transição tem feito representações junto à Polícia Federal (PF) e que, a partir de 1º de janeiro, agirá com ainda mais rigor.

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“Esses grupos extremistas não tiveram, não têm, não terão forças para vencer o povo brasileiro”, afirmou Dino. “No dia 1º de janeiro, aquilo que não pôde ser feito nesses 15 dias será feito”, prosseguiu. “A partir do dia 1º de janeiro, tomaremos as providências que neste momento não são cabíveis”, disse Dino, indicando que poderá fazer prisões de criminosos.

Segundo a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que estão acampados na frente do QG do Exército e pregam golpe militar estão entre os envolvidos em atos de vandalismo na noite desta segunda-feira, 12.

Novo ministro da Justiça, Flávio Dino disse que ameaças não comprometem festa da posse e que criminosos serão punidos. Foto: Wilton Junior/Estadão

O futuro ministro da Justiça afirmou que a Polícia Federal tem feito o trabalho de identificação dos envolvidos nos atos e que a instituição tem dado andamento a representações na Justiça. Dino afirmou que, apesar da crise no centro da capital federal, o governo do Distrito Federal colaborou com a PF. Ele reafirmou ainda que o presidente diplomado Lula, em nenhum momento, teve a sua integridade física ameaçada ou posta em risco.

Dino também afirmou que há um esforço para identificar todos os autores das depredações e dos outros atos violentos. O ex-governador do Maranhão classificou o episódio como “crime político” e disse que é da alçada do governo federal, não apenas do governo do Distrito Federal.

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“Todas as pessoas estão sendo identificadas, todas, rigorosamente todas. Todos os inquéritos cabíveis serão feitos. Lembro que, segundo a Constituição, artigo 109, artigo 144, crimes políticos são de competência federal. Nós vamos a partir do dia 1º tomar as providências que não forem agora possíveis”, afirmou.

Dino ainda fez uma alusão ao dia 13 de dezembro de 1968, quando foi editado o Ato Institucional número 5 (AI-5), que recrudesceu a violência da ditadura militar. Segundo o futuro ministro, o dia 13 de dezembro deste ano simboliza que o País “nunca mais” vai voltar à situação política daquele período. Na noite da última segunda-feira, 12, extremistas provocaram incêndios e atos de violência no centro de Brasília. “A democracia venceu e vai continuar a vencer”, disse.

“Do ponto de vista histórico nos causa mais que indignação, causa repúdio, que a essa altura ainda exista esse tipo de manifestação (...) contra o voto popular”, afirmou Dino. “Esses grupo extremistas são cada vez menores, embora cada vez mais radicalidades,- porém não terão força”, prosseguiu.

Flávio Dino usou uma expressão utilizada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para ironizar a situação de Bolsonaro, qualificado como “sainte” do cargo. “O presidente sainte vai sair no dia 1º de janeiro e o presidente entrante vai entrar”, afirmou. Em tom de brincadeira, Dino ainda chegou dizer que tinha se lembrado de uma música e pensou em cantar, mas desistiu. Era uma referência a trecho da música “Tá na hora do Jair”, dos músicos baianos Juliano Maderada e Tiago Doidão, que foi hit musical das eleições ao aludir que era o momento de Bolsonaro “ir embora”.

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