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‘Há quebra na igualdade’, diz Dino sobre pena de aposentadoria compulsória a juízes e promotores

Senador apresentou PEC para acabar com benefício a servidores condenados por delitos graves; Flávio Dino vai renunciar ao cargo no Legislativo para tomar posse no STF

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Foto do author Rafaela  Ferreira
Atualização:

BRASÍLIA – O ex-ministro da Justiça e senador, Flávio Dino, disse que “há uma quebra na igualdade” com a pena de aposentadoria compulsória para promotores, juízes e militares que cometem infrações. Dino é autor de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), anunciada no plenário do Senado nesta segunda-feira, 19, para acabar com o benefício a esses servidores condenados por delitos graves.

Para ser apresentada, uma PEC precisa de pelo menos 27 assinaturas (um terço dos senadores). Nesta terça-feira, 20, o senador afirmou que conseguiu o apoio necessário para a tramitação da proposta. “Torço para uma célere tramitação e aprovação”, disse Flávio Dino, no X (antigo Twitter).

Flávio Dino está no mandato como senador antes de tomar posse no STF Foto: Wilton Junior/Estadão

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Hoje, a aposentadoria compulsória e a pensão por morte ficta ou presumida permitem a manutenção dos salários que integrantes do Ministério Público e do Judiciário e membros das Forças Armadas recebem do serviço público, mesmo afastados de suas funções.

No caso de morte ficta, o militar expulso é equiparado com o militar falecido, e a esposa segue recebendo o pagamento em forma de pensão. Segundo Dino, é o caso de “viúva de marido vivo”.

Para o futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a punição precisa alcançar todos os agentes públicos, inclusive os cargos em que é assegurada a vitaliciedade.

“Considero que aposentadoria é um direito, não é uma sanção, não é uma punição. Muitas vezes, acaba funcionando como prêmio e há uma quebra de igualdade. Todos os outros servidores públicos, quando eventualmente cometem um delito, são punidos com a exclusão do serviço público”, disse.

“A proposta de emenda à Constituição é para deixar claro que aposentadoria não é punição, que é proibido haver essa ‘punição’ de aposentadoria compulsória. No caso de falta grave de juízes, militares ou promotores a sanção deve ser igual aos demais servidores, ou seja, a demissão do serviço público, para que com isso tenhamos um sistema mais justo.”

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O ex-ministro da Justiça do governo Lula renuncia ao mandato de senador pelo Maranhão nesta quarta-feira, 21, para assumir cargo de ministro Supremo. A posse na Corte é na quinta, 22.

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