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Presidente do Superior Tribunal Militar diz que esquerda ‘quer um Brasil melhor’

Francisco Joseli Parente Camelo defendeu que militares não devem ter constrangimento sobre 64, mas também não devem comemorar a ditadura militar

Foto do author Rafaela  Ferreira

BRASÍLIA – O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministro Francisco Joseli Parente Camelo, disse nesta terça-feira, 26, que não acredita que existe comunismo no Brasil e que a esquerda quer é “um Brasil melhor”. Em entrevista à BandNews TV, o tenente-brigadeiro do ar afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não é comunista.

“O presidente Lula é um sindicalista. Não vejo o presidente Lula, e jamais o vi, como um comunista. Porque as pessoas tem uma mania de pensar que ser de esquerda é ser comunista. Isso não existe. Ser de esquerda é querer um Brasil melhor, um Brasil mais solidário, um Brasil mais próspero, um Brasil que pensa no mais pobre, é tudo isso que a esquerda pensa. Ser de esquerda não é ser comunista e o comunismo, para mim, não existe no nosso País”, disse.

Presidente Lula na cerimônia de posse do presidente do Superior Tribunal Militar (STM), tenente-brigadeiro do ar Francisco Joseli Parente Camelo  Foto: Wilton Junior/Estadão

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Camelo disse não ter preferência política, porque militares não têm partido. “Não somos nem de esquerda nem de direita. Nós queremos o melhor para o Brasil. Nós queremos a sociedade brasileira viva, feliz como sempre foi. Queremos que a pacificação volte ao nosso País.”

O presidente do STM também se referiu à ditadura militar de 1964 como uma “revolução necessária naquele momento”. “Vejo 1964 como uma revolução e como necessário. Não vou dizer que não cometemos erros, porque os erros foram acontecendo e foram virando uma bola de neve”, afirmou.

O presidente Lula vetou evento sobre o tema planejado pelo Ministério dos Direitos Humanos, pelos 60 anos do golpe militar. Ao ser questionado sobre decisão, Camelo defendeu que militares não devem ter constrangimento sobre 64, mas também não devem comemorar o período.

“Toda sociedade brasileira já sabe o que aconteceu em 64. Agora, não adianta querer mudar o passado. Ninguém muda o passado. Aquilo aconteceu e não queremos que aquilo seja repetido. A sociedade brasileira não aceita uma ruptura democrática”, disse. “Nós temos que trabalhar por nossa democracia.”