O funcionário da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) Jorge Mário da Silva está sendo mantido refém, desde a noite desta quinta-feira, por índios da tribo Geripankó, no município de Pariconha, a 311 quilômetros de Maceió. Segundo a coordenadora regional da Funasa em Alagoas, Rosa Castro, até o final da tarde desta sexta, o funcionário não tinha sido libertado. Representantes da Funasa, da delegacia da Fundação Nacional do Índio em Alagoas (Funai/AL) e do Ministério Público Federal foram até a aldeia, em Pariconha, intermediar a liberação do funcionário, mas os índios se mostram irredutíveis. Eles invadiram o posto médico da Funasa, que fica dentro da aldeia, e trancaram o funcionário em uma das salas. Segundo Rosa Castro, os índios querem usar o carro da Funasa para fazer feira, pedem o aumento da equipe do Programa Saúde da Família e cobram uma solução para a adutora que abastece a aldeia, que fica em uma das regiões mais pobres do sertão de Alagoas. "Essas reivindicações já estavam sendo encaminhadas, não precisa fazer refém", disse. Em um contato com Rosa Castro, os líderes Geripankós exigiram também a construção de um posto de saúde para atender 1,2 mil índios da aldeia, a liberação de medicamentos e cestas básicas para a tribo, o retorno da ambulância que foi retirada da aldeia e a agilização do processo de desapropriação da área da aldeia ocupada por agricultores de Pariconha. Rosa Castro disse que, pela manhã, comunicou o fato à Superintendência da Polícia Federal em Alagoas, mas, por enquanto, não vê necessidade de uma intervenção policial na aldeia. "Estamos negociando com os índios a liberação do refém, mas, se essas negociações não avançarem, poderemos pedir a intervenção da PF", afirmou.
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