A presença de um governador de São Paulo em qualquer evento é sempre um acontecimento e não seria diferente na sabatina realizada nesta segunda-feira, dia 22. Primeiro chegam os seguranças, depois, os assessores. De todo o tipo. A sala de preparação fica abarrotada. Por eles, pela equipe e por candidatos a outros cargos e também por prefeitos aliados. Rodrigo Garcia chega de blazer, camisa branca para fora da calça jeans e sapato. O tom é mais casual - Fernando Haddad, do PT, veio de terno sem gravata -, mas o discurso, não.
Garcia tem na ponta da língua dados do Estado, números, detalhes da administração. Fala minutos e mais minutos sobre eles. Nesse ponto, lembra muito o ex-governador Geraldo Alckmin, hoje do lado de lá do espectro político, como candidato a vice-presidente na chapa de Lula.
Além do discurso, tem estratégia clara.
Pontualmente, entre um número e outro, entre falar de uma promessa e outra, critica Haddad. Quando convém, diz Rodrigo, o adversário do PT fala do legado do PSDB em São Paulo, quando não convém… não fala. Ataca mais Haddad. Mas também critica Tarcísio de Freitas: as obras atrasadas no governo federal dobraram nos últimos anos, cita o governador.
A estratégia (nunca é) não é gratuita.
Segundo a última pesquisa do Datafolha, Haddad tem 38% das intenções de votos, Tarcísio conta com 16% da preferência dos eleitores. E Rodrigo, na terceira colocação, tem 11%. Na sabatina, o candidato tucano citou outra pesquisa - TV Record/RealTime Big Data - em que aparece com os mesmos 20% de Tarcísio. Ainda assim, não é uma situação cômoda e muito menos conhecida dos tucanos, que sempre nadaram em águas tranquilas nas campanhas ao Palácio dos Bandeirantes.
A campanha corre rápido. E se acabou de começar, como o próprio candidato lembrou corretamente, também falta pouco para terminar. Rodrigo terá de correr para se colocar no segundo turno, possivelmente contra Haddad. E numa segunda parte da campanha, a polarização, contra o PT, vai estar de volta. Com toda a força.
Ah, Rodrigo Garcia citou brevemente o ex-governador João Doria, que deixou o cargo para concorrer à presidência, desistindo, no entanto, pouco tempo depois. Rodrigo Garcia era o seu vice no Palácio dos Bandeirantes.