O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), informou nesta quinta-feira, 16, que concluirá ainda hoje o levantamento sobre o número de parentes de diretores da Casa que trabalham em cargos comissionados e reiterou que vai cumprir a determinação do STF que proíbe o nepotismo. Garibaldi disse que cabe ao diretor-geral da Casa, Agaciel Maia, exonerar esses funcionários. Na última terça, o Senado abriu uma brecha e adotou o princípio da anterioridade do mandato: parentes de senadores contratados antes de o parlamentar ser eleito não devem ser exonerados, o que teve repercussão negativa. Veja também:Principais casos de nepotismoAnalista político comenta a decisão do STF que proíbe nepotismo "Na parte administrativa tenho de me valer do diretor-geral, que está autorizado a cumprir a lei. Eu não posso ir à cada setor do Senado fazer um levantamento ou uma consulta a funcionários que não são subordinados a mim. Esse levantamento deve ser concluído hoje e ele (Agaciel) vai cumprir a lei", ressaltou. A própria mulher de Agaciel ocupava um cargo de diretoria e teve de ser exonerada da função. Garibaldi disse que ainda conversa pessoalmente com os senadores para que eles digam se também estão descumprindo a determinação do STF e mantêm parentes trabalhando em cargos comissionados. Segundo ele, com apenas "cinco ou seis" não conseguiu falar. O presidente do Senado negou que estivesse sendo conivente com os colegas senadores ao não tomar uma atitude mais enérgica no caso. "As pessoas não estão entendendo e acham que sou conivente. Se fosse conivente não estaria aqui, estaria trancado e não receberia ninguém, principalmente vocês (jornalistas). Não quero dramatizar, mas estou sendo incompreendido", comentou. Na última quarta, a Casa encaminhou ao procurador-geral da República uma consulta sobre a interpretação dada pelos advogados do Senado sobre a súmula que proíbe o nepotismo. Enquanto o procurador não responde, casos como o do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) se mantém na Casa. Ele tem a cunhada trabalhando no Senado. Feito a conta-gotas, chegou hoje a 36 o total de parentes exonerados por 19 dos 81 senadores. Até agora, 56 senadores comunicaram à presidência do Senado que não empregam parentes. A demora também ocorre em relação a autoridades da Casa cujos parentes estão acomodados em cargos de confiança.
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