Garotinho acusa governistas do PMDB por candidato ´laranja´

Em 1989, Antônio Pedreira foi candidato a presidente da República pelo Partido do Povo Brasileiro

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Por Agencia Estado
Atualização:

Pré-candidato do PMDB à Presidência da República, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho acusou neste domingo a ala governista do partido de tentar tumultuar o processo com a inscrição nas prévias de Antônio Pedreira, definido por ele como "candidato laranja". "Na sexta-feira, último dia, inscreveu-se um candidato laranja mandado pela ala governista para criar tumulto. Antônio Pedreira. Lembra do Pedreira, o candidato do povo?", declarou Garotinho, que disputa a eventual candidatura peemedebista com o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto. Em 1989, Pedreira foi candidato a presidente da República pelo Partido do Povo Brasileiro. "A candidatura dele tem que ser indeferida porque o estatuto do PMDB diz que o candidato, para se registrar, tem que ter o apoio de um diretório regional", disse. "E ninguém encaminhou o apoio dele. Então ele vai ser indeferido. Isso já é um pretexto para ele ir ao STF ou STJ buscar uma liminar para suspender. Então, já percebemos a manobra governista." Garotinho disse que conversou por telefone com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP). "Nós confiamos no Judiciário, que vai perceber que isso é uma manobra que não cabe no processo democrático limpo e bonito, como o PMDB está fazendo." Segundo ele, "não há a menor chance" de adiamento das prévias, previstas para domingo. "As prévias vão acontecer." Garotinho deu a entrevista em Campos, no norte fluminense, onde votou na eleição para prefeito - a de 2004 foi anulada pela Justiça Eleitoral por causa de irregularidades em campanhas. O prefeito eleito Carlos Alberto Campista (PDT) teve o mandato cassado no ano passado. O peemedebista Geraldo Pudim, apoiado por Garotinho e pela governadora Rosinha Matheus, foi tornado inelegível por três anos pela Justiça Eleitoral de Campos, em decisão de primeira instância - Garotinho e Rosinha receberam a mesma condenação. Os três peemedebistas foram absolvidos pelo TRE em novembro de 2005, mas o Ministério Público Eleitoral recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O recurso ainda não foi julgado. Campista continua inelegível. O presidente do TRE, desembargador Marlan Marinho, afirmou que "tudo pode acontecer", inclusive a anulação da eleição deste domingo. Isso ocorrerá se o TSE decidir manter a decisão de primeira instância, que anulou o pleito e decretou a inelegibilidade dos quatro. Seis candidatos disputam a eleição para a prefeitura. É a terceira tentativa de eleger um prefeito - em dezembro, uma liminar cancelou o processo eleitoral na cidade. Até as 18h30, o resultado não tinha sido apurado. Um homem foi preso em flagrante sob acusação de compra de votos - estava com R$ 250,27 comprovantes de votação e cópias de títulos de eleitor de um município vizinho.

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