O governador fluminense Anthony Garotinho, que trocou o PDT pelo PSB, afirmou categoricamente na noite passada que não aceita ser candidato a vice-presidente da República de ninguém. "Ou eu sou candidato a presidente da República, ou eu sou candidato a governador do Rio de Janeiro. Sou candidato a presidente da República e não considero a possibilidade de ser vice", disse em entrevista na noite passada ao ?Passando a Limpo?, da Rede Record, quando dedicou boa parte do programa a dar explicações sobre seu suposto envolvimento em tentativa de suborno a um fiscal da Receita Federal, segundo trechos de gravações clandestinas reproduzidos na semana passada pelo ?Jornal do Brasil?. O governador repetiu que está sendo sendo vítima de uma jogada política armada "no Planalto", em virtude do crescimento de seu nome nas pesquisas eleitorais para a sucessão presidencial em 2002. Mas ressalvou não acreditar no envolvimento pessoal do presidente Fernando Henrique no episódio. "Choque de crédito" Garotinho criticou duramente o governo FHC e prometeu, se eleito, dar um "choque de crédito" para promover o desenvolvimento do País, baixando a taxa de juros para 4% ao ano, o mesmo número que prevê para a inflação em seu primeiro ano de governo. Para tanto, considerou indispensável a aprovação de uma reforma tributária que desonere a produção. Sobre Itamar O governador fluminense bateu duro em seu colega mineiro e concorrente ao Planalto em 2002, Itamar Franco. "Não é ataque pessoal, mas as coisas precisam ser ditas, porque fatos são fatos", disse. "Eu considero o governador de Minas Gerais um homem de oposição ao presidente Fernando Henrique, mas não de oposição ao modelo econômico", acentuou. Recordou que foi Itamar quem vendeu a Companhia Siderúrgica Nacional, quando ocupou a presidência da República, daí por que não o considerar capaz de mudar o modelo econômico desde então em vigor. Sobre Ciro Gomes Garotinho bateu ainda mais duro contra o candidato do PPS à presidência, Ciro Gomes, a quem responsabilizou pelo desemprego que passou a ocorrer no País depois que o ex-governador cearense ocupou o Ministério da Fazenda, no governo Itamar. Segundo Garotinho, a principal causa do desemprego foi a maneira desastrada com que seu concorrente agiu na abertura da economia brasileira, sem exigir contrapartidas externas. "Pai do desemprego" "Nós teríamos que abrir, a economia brasileira não podia ficar fechada, mas tinha que ser como eles (lá fora) fazem: negociando aqui e ali. Quem foi que retirou, de uma vez só, todas as alíquotas de importação? Quem criou esse desemprego enorme no Brasil? Quem era o ministro da Fazenda? O Ciro Gomes. O Ciro Gomes é o pai do desemprego. Cada desempregado das fábricas de calçados, das fábricas de confecções que fecharam, todos eles devem isso a Ciro Gomes", bateu Garotinho.
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