Gilmar Mendes recebeu Sérgio Moro em meio a julgamento que pode cassar senador

Ministro do STF é conhecido por suas fortes críticas aos métodos da Lava Jato e também diretamente a Sérgio Moro, que era juiz da operação; TRE-PR julga ações que pedem cassação do senador

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Atualização:

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu nesta terça-feira, 2, o senador Sérgio Moro (União-PR) em seu gabinete, segundo apurou o Estadão/Broadcast. A reunião ocorreu em meio ao julgamento de Moro no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2022.

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Um interlocutor com acesso ao gabinete de Gilmar narrou à reportagem que o encontrou teve “conversas gerais”. A reunião foi uma forma de os dois estabelecerem um canal de relacionamento e comunicação após anos de embates públicos por causa da operação Lava Jato.

Gilmar é conhecido por suas fortes críticas aos métodos da extinta operação e também diretamente a Moro, que era o juiz titular da força tarefa. Ambos trocaram farpas ao longo dos últimos anos. Em maio do ano passado, o ministro disse não saber se tem “pena ou horror” do ex-juiz. A declaração foi dada após a divulgação de um vídeo de Moro afirmando que Gilmar estaria sendo acusado de “vender sentenças”.

Gilmar Mendes e Sérgio Moro no Senado, em dezembro de 2016 Foto: Dida Sampaio/Estadão

O TRE-PR havia retomado na tarde desta quarta-feira, 3, o julgamento que pode culminar na cassação do mandato de Moro. Após o placar de um a um, a desembargadora Cláudia Cristina Cristofani pediu vista do casos, suspendendo o julgamento. A análise será retomada na segunda, 8, com a expectativa de conclusão da averiguação do caso no mesmo dia.

O relator, desembargador Luciano Carrasco Falavinha, votou contra a perda do mandato do ex-juiz da Operação Lava Jato, sob o entendimento de que “não foi provado abuso, caixa 2 e nem corrupção”. Já o desembargador José Rodrigo Sade, que votou nesta quarta-feira, entendeu que houve “patente abuso” no caso, com a “quebra da isonomia do pleito, comprometendo sua lisura”.

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O caso ainda pode aportar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em grau de recurso. O TRE estima que, em tal hipótese, os autos sejam remetidos à Corte superior em maio.

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