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Opinião|A vida não é rosa. Polícia Federal vai intimar Michelle Bolsonaro

Michelle Bolsonaro será chamada para depor na Polícia Federal sobre o caso das joias. A vida é um incêndio. Até ontem, era cor de rosa para Michelle.

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Por Giuliana Morrone
Atualização:

O tempo é traiçoeiro.

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Há menos de 24 horas, Michelle Bolsonaro se deixava filmar em redes sociais rodopiando com um vestido plissado rosa Barbie (eu diria rosa chiclete) ao som de Edith Piaf: La vie en Rose...

La vie est un feu. A vida é um incêndio.

A ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, será intimada a depor na Polícia Federal. Terá que explicar por que assessores do marido dela, o ex-presidente Jair Bolsonaro, disseram em mensagens que Bolsonaro chegou a falar sobre o valor de mercado das joias e que entre os itens "já sumiu um que foi com Dona Michelle."

Sumiu?

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Sumiu com a Dona Michelle?

Que item sumiu com a Dona Michelle?

A vida deixou de ser um mar de rosas para Michelle.

Segundo a Polícia Federal, as mensagens revelam que, apesar das restrições, possivelmente, outros presentes recebidos pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro podem ter sido desviados e vendidos sem respeitar as restrições legais.

O que parecia ser o fundo do poço foi revelado há 4 meses, pelo Estadão. O governo Jair Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o País joias que eram um presente do regime da Arábia Saudita. O Estadão mostrou em primeira mão aquela cascata de diamantes, em forma de colar. Na caixa de veludo, havia também um par de brincos de diamante, um anel, um relógio cravejado de diamantes. Havia também um kit de joias masculinas. Michelle Bolsonaro acabou admitindo que recebera no Palácio do Alvorada o pacote de joias masculinas. Sustentou que não sabia das joias femininas: "o que eu tenho a ver com isto?", disse Michelle.

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A sabedoria popular ensina que no fundo do poço pode ter um alçapão. A tampa foi aberta com o inquérito da Polícia Federal e a operação Lucas 12:2. A polícia investiga suposto grupo que teria vendido joias entregues a autoridades brasileiras em missões oficiais.

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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, teria contado com o apoio do pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, para negociar peças e repassar o dinheiro das vendas.

Chama a atenção uma conversa de Mauro Cid, recuperada pela Polícia Federal:

"tem vinte e cinco mil dólares para meu pai. Eu estava vendo o que era melhor fazer com esse dinheiro, levar em cash aí. Meu pai estava querendo inclusive ir aí falar com o presidente ... aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta... eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor, né?"

Mauro Cid e pai também terão que se explicar sobre essa conversa de muambeiro.

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Jair Bolsonaro, também.

Por enquanto, grita o silêncio dos investigados. E, na contagem regressiva dos stories, Michelle ainda há pouco dançava, num mundo cor de rosa.

A vida é um incêndio.

Opinião por Giuliana Morrone
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