A hashtag bombou nas redes: #freeLarissaManoela!
Free, Larissa! A liberdade é azul, é vermelha, é da cor que você quiser!
Larissa não me conhece e eu tenho idade suficiente para mal saber quem ela é, mas a história dela me comoveu. Ao programa Fantástico, da TV Globo, a atriz contou que renunciou ao patrimônio conquistado emuma vida de trabalho - a vida inteira- para se libertar de quem ela descreveu como pais abusivos.
Larissa disse que os pais não só administravam a carreira, mas controlavam e se apossavam das finanças, das conquistas dela. Adulta, precisava pedir autorização para fazer suas próprias compras. Ela contou que abriu mão de R$ 18 milhões para os pais.
Ministros do STI, o Supremo Tribunal da Internet, se apressaram em condenar a mãe, em julgar Larissa, absolver o pai, inocentar a mãe, punir Larissa...cada um com sua sentença. Houve também inúmeras manifestações de apoio, de solidariedade, de sororidade, de indignação. Gostei dessas.
![](https://www.estadao.com.br/resizer/v2/R7CS2E52Y5PTRNZGAXJYFLD6BU.jpg?quality=80&auth=5d092a5ecc136a1dfc57f93aa01b6dcc698bec6bfbc3a2946bcf357464a75d11&width=380 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/R7CS2E52Y5PTRNZGAXJYFLD6BU.jpg?quality=80&auth=5d092a5ecc136a1dfc57f93aa01b6dcc698bec6bfbc3a2946bcf357464a75d11&width=768 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/R7CS2E52Y5PTRNZGAXJYFLD6BU.jpg?quality=80&auth=5d092a5ecc136a1dfc57f93aa01b6dcc698bec6bfbc3a2946bcf357464a75d11&width=1200 1322w)
Foi tanto barulho que surgiu até projeto de lei, dos deputados Pedro Campos (PSB-PE) e Duarte Junior (PSB-MA), para tratar da administração de bens dos filhos menores de idade. O projeto foi batizado de "lei Larissa Manoela."
O drama pessoal de Larissa se projetou, segundo o modus operandi das redes sociais. Quanto mais se falava no assunto, mais o assunto crescia. O engajamento em redes sociais é o fermento na massa cibernética, é atalho para conseguir adesão e visibilidade de seguidores.
Existem outros métodos, como a cultura do cancelamento, em que celebridades são punidas por algo que disseram ou fizeram. A resposta vem com hashtag que leva a boicote, abandono por parte de seguidores, perda de patrocínios.
Há outra estratégia, mais antiga, também usada na política. O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama já criticou a "call-out culture.""Se uso a hashtag sobre como você fez algo errado e depois eu vou fazer outra coisa e me sentir bem sobre mim mesmo, isso não é ativismo," disse Obama.
Escrevo agora, propositalmente, quando a hashtag #larissamanoela já não é mais destaque. Meu foco é política, não engajamento. E as hashtags que estão bombando no momento são: #bolsonaroNaCadeia
#lulaladrão
Ah, tem também #privatiza, de quem se aborreceu com o apagão de hoje cedo.
Ativismo? Obama tem razão.
No ritmo fugaz das redes sociais, espero que a essa altura, Larissa Manoela já esteja cheia de novos contratos, novos projetos, feliz e em paz.