Governo Lula contrata criadora da ChatGPT para acelerar análise de processos judiciais

Inteligência artificial será utilizada em triagem e mapeamento de processos; AGU esclarece que sistema ‘não substituirá, de forma alguma, trabalho de membros e servidores’

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Foto do author Juliano  Galisi

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contratou serviços da Microsoft e da Open AI, gestoras da ferramenta ChatGPT, para acelerar a análise de processos judiciais com o uso de inteligência artificial (IA).

O objetivo é reduzir os encargos do poder público federal com precatórios, as dívidas cujo pagamento já foi determinado pela Justiça em última instância. O serviço será gerido pela Advocacia-Geral da União (AGU). A ferramenta será utilizada na triagem das ações, além de mapear frentes de atuação para a AGU. O órgão, em nota, esclarece que o uso de IA “não substituirá, de forma alguma, o trabalho de membros e servidores”, tratando-se de “atividade totalmente supervisionada por seres humanos”.

Prédio da Advocacia-Geral da União (AGU) em Brasília. Foto: Sérgio Moraes/AGU

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O serviço será fornecido pela plataforma Azure, destinada às soluções empresariais da Open AI. O valor empenhado para o projeto foi de R$ 25 milhões, via Ministério do Planejamento e Orçamento.

Os precatórios são despesas de pagamento obrigatório e representam, a cada ano, parcela significativa do orçamento da União. Em 2023, por exemplo, uma Medida Provisória (MP) do governo Lula liberou R$ 93,1 bilhões para o pagamento de dívidas do gênero.

Àquela altura, os precatórios estavam represados por uma medida editada pela gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ficou conhecida como “PEC do Calote”.

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Não é a primeira vez que uma plataforma de IA será utilizada para auxiliar o gerenciamento dos precatórios. Em fevereiro, o governo federal anunciou que uma ferramenta de inteligência artificial seria utilizada para monitorar os processos judiciais que pudessem acarretar no pagamento de dívidas volumosas, os chamados “meteoros”, de modo a antecipar os seus efeitos sobre o orçamento público.

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