Governo Lula lança slogan ‘Brasil é um só povo’ após PT defender polarização com bolsonarismo

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), o objetivo é transmitir mensagens de ‘paz’ e ‘reconstrução de laços’

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Foto do author Iander Porcella
Atualização:

BRASÍLIA - O governo federal lançou neste domingo, 10, em rede nacional, uma campanha com o slogan “O Brasil é um só povo”. De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), o objetivo é transmitir mensagens de “paz” e “reconstrução de laços”, além de reforçar relações familiares e de amizade. A divulgação do material publicitário pelo Palácio do Planalto ocorre após integrantes do PT, incluindo o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defenderem em conferência eleitoral do partido que o tom da disputa de 2024 nos municípios será de polarização com o bolsonarismo.

“Desde o início do ano, o governo federal tem trabalhado com a mensagem de união e de reconstrução do país, e esta campanha é parte desse trabalho”, diz a Secom. A trilha das peças publicitárias conta com artistas como Sandra de Sá, Jorge Vercillo, Manno Góes, que canta axé, e o pastor Kleber Lucas, com música gospel. O Planalto tem tentado se aproximar do público evangélico, que apoiou de forma majoritária a tentativa fracassada de reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Governo federal lançou slogan de união do Brasil, enquanto o presidente reforça que 2024 será uma nova eleição "Lula contra Bolsonaro" Foto: Ricardo Stuckert/PR

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De acordo com o governo, o objetivo também é passar mensagens de combate ao “negacionismo” e à “intolerância”. Os programas para a TV mostram pessoas beneficiadas por programas sociais do governo, como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, ProUni, Farmácia Popular, Plano Safra, programa de vacinação e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “As peças valorizam conceitos como família e cidadania e sentimentos como solidariedade e amizade”, afirma a Secom, comandada pelo ministro Paulo Pimenta.

Na abertura da Conferência Eleitoral do PT na sexta-feira, 8, Lula disse que a disputa municipal de 2024 será polarizada e defendeu o diálogo com os evangélicos. “Acho que nessa eleição vai acontecer um fenômeno. Vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando as eleições nos municípios”, disse o presidente. “Nós sabemos que (vocês) não podem aceitar provocações, não podem ficar com medo, não podem enfiar o rabo no meio das pernas. Quando um cachorro late para a gente, a gente late também”, emendou.

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O tom dos discursos no evento foi, em geral, de polarização com o bolsonarismo. Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) reforçou neste sábado, 9, que o País estará dividido em 2024 por causa das eleições. “O Lula deu o tom ontem à noite (sexta-feira). Vai ser a disputa entre Lula e Bolsonaro de novo. E precisamos preparar o PT. Para isso, precisamos nos mobilizar em cada cidade”, disse o deputado. “Temos que fazer a disputa programática e ideológica com o bolsonarismo em todas as cidades do País”, emendou.

Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) reforçou que o País estará dividido em 2024 por causa das eleições Foto: André Dusek/Estadão

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo com o Congresso, foi na mesma linha em seu discurso e disse que algumas candidaturas às prefeituras em 2024 são “puro suco de bolsonarismo”. “Temos que fazer essa disputa e consolidar a vitória sobre eles nas eleições municipais”, afirmou.

“Temos que derrotar em cada cidade aquelas candidaturas que são a expressão do bolsonarismo golpista”, continuou o ministro da articulação política. Padilha também mencionou os atos golpistas que ocorreram uma semana após a posse de Lula, quando extremistas invadiram o Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). “E nós não vamos descansar enquanto a gente não apurar e condenar todos aqueles que planejaram, financiaram e executaram o golpe do dia 8 de janeiro.”

Padilha ainda citou a revanche do PT contra a Operação Lava Jato e o hoje senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), que determinou a prisão de Lula em 2018 por acusações de corrupção. Após a vitória eleitoral de Bolsonaro naquele ano, o ex-juiz virou ministro da Justiça do novo governo. As condenações de Lula foram posteriormente anuladas pelo STF, e Moro foi considerado “parcial” pela Corte.

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“O presidente Lula vai terminar o ano tendo indicado o ex-advogado dele que enfrentou o Moro na Lava Jato como ministro do Supremo Tribunal Federal e tendo indicado o ministro da Justiça que passou em primeiro lugar no concurso do Moro”, declarou o ministro das Relações Institucionais, em referência, respectivamente, a Cristiano Zanin e Flávio Dino, escolhidos por Lula para vagas na mais alta instância do Judiciário brasileiro neste ano.

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