BRASÍLIA – O perfil oficial do governo federal no Twitter fez uma sátira com a cassação do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Na rede social, o perfil publicou uma imagem com o mesmo design usado por Dallagnol, então procurador da Operação Lava Jato, para indicar supostas ligações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com casos de corrupção.
Na publicação, há um círculo escrito “137 dias de governo” e diversas setas saindo dele. Ao redor, estão escritos, também em círculos: valorização do salário mínimo, Minha Casa, Minha Vida, Brasil Sorridente, Mais Médicos, reajuste na merenda, R$ 3,8 bilhões investidos em cultura, 3.5 mil obras na educação, inflação caindo.
A imagem é seguida de um texto: “O governo segue trabalhando para melhorar a vida da população, com programas como o Brasil Sorridente, Mais Médicos, Bolsa Família, entre outras conquistas. Temos convicção de que ainda temos muito trabalho pela frente, é só o começo da união e reconstrução de um Brasil melhor”.
Na noite desta terça-feira, 16, julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) culminou na cassação de Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato em Curitiba. Desde então, apoiadores de Lula reviveram a apresentação de PowerPoint usada pelo então coordenador da extinta operação.
Em 2022, Dallagnol chegou a ser condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a indenizar Lula por danos morais pelo conteúdo da apresentação, feita durante uma entrevista coletiva organizada pela força-tarefa no Paraná, base e origem da Lava Jato, em setembro de 2016.
Leia mais sobre a cassação de Dallagnol
Lula passou um ano e sete meses preso após ser condenado na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro no processo do tríplex do Guarujá (SP).
Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou as condenações impostas ao petista pela operação. O ministro Edson Fachin declarou a incompetência da 13.ª Vara Federal de Curitiba para o processo e julgamento das ações da Lava Jato contra Lula, o que tornou o petista elegível e apto a disputar as eleições presidenciais de 2022. O ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, hoje senador pelo União Brasil no Paraná, depois seria declarado suspeito também pela Corte.
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