BRASÍLIA - O Estadão cruzou dados apresentados por pessoas que cadastram fazendas no Cadastro Ambiental Rural (CAR) com a base de informações geoespaciais de terras indígenas em fase inicial dos respectivos processos de homologação. O resultado evidencia o avanço de registros irregulares de propriedades dentro de áreas que deveriam ser de uso exclusivo das comunidades tradicionais da Amazônia.
O caso mais emblemático é o da terra indígena Ituna-Itatá, no Pará. Mais de 90% dela já foi tomada pela “grilagem digital”, crime que abre caminho para o desmatamento e perseguição a indígenas que vivem isolados. A reportagem projetou como os cadastros irregulares foram sendo inseridos ao longo do tempo.
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Em Roraima, a terra indígena Pirititi é um dos principais pontos de cobiça de madeireiros. Os indígenas que habitam a região e levaram o governo a iniciar os trâmites da homologação da área são cercados por fazenda. Os limites do território não são respeitados por grileiros, que registraram áreas indígenas como privadas.
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Com 2 mil hectares, uma das fazendas que avançaram sobre a terra protegida foi registrada por um contador de Brasília, em maio de 2021. Ele nega e diz que teve os dados usados.
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Os indígenas que vivem na terra Jacareúba/Katawixi, no Amazonas também têm perdido território para fazendas. Grileiros registraram áreas bem dentro do território. Para especialistas, a semelhança da geometria e o fato de os lotes serem conjugados indicam se tratar de processo de grilagem.
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