Boulos capitaliza encontros com ministros de Lula de olho na disputa pela Prefeitura de São Paulo

Deputado federal do PSOL tem usado agendas com integrantes do governo federal para se cacifar na disputa do ano que vem

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Foto do author Rayanderson Guerra
Atualização:

Aposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a disputa pela Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) tem capitalizado politicamente agendas com ministros e integrantes do alto escalão do governo federal com vistas às eleições do ano que vem. Pré-candidato apoiado pela cúpula petista, Boulos já esteve ao lado, nos últimos dois meses, de Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Nísia Trindade (Saúde), Marina Silva (Meio Ambiente) e Rui Costa (Casa Civil)

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A pré-candidatura do deputado foi lançada nesta segunda-feira, 16, com o apoio de representantes de cinco partidos de esquerda, PSOL, PT, PCdoB, PV e Rede, que formam a base da candidatura. Na reunião, o presidente municipal do PT, Laércio Ribeiro, confirmou que Lula vai participar da campanha de Boulos em São Paulo – o que tira o PT da disputa pela capital paulista pela primeira vez desde a redemocratização.

Enquanto Lula não embarca pessoalmente na campanha de Boulos, ministros do petista já trabalham a todo vapor para associar a imagem dele à do chefe do Executivo federal. Líder nas intenções de voto na corrida pela Prefeitura de São Paulo, segundo a pesquisa mais recente do Datafolha, o deputado busca reduzir resistência do empresariado na capital paulista.

O ministro Rui Costa, da Casa Civil, foi um dos escalados para turbinar a campanha de Boulos. No início de agosto, levou o pré-candidato a um evento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Fiesp. Boulos foi o único deputado convidado pelo ministro. A interlocução com o empresariado também conta com o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Já Alexandre Padilha (Relações Institucionais) é um dos ministros mais engajados na preparação de Boulos para a disputa. Ele esteve presente em uma agenda do deputado do PSOL no dia 8 de agosto em Heliópolis, maior favela da cidade São Paulo.

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O ministro é um dos integrantes do governo federal que defendem o apoio do PT ao parlamentar desde as eleições passadas.

Na última eleição municipal, Boulos foi para o segundo turno contra o então prefeito e candidato à reeleição Bruno Covas (PSDB), e perdeu por 40,62% dos votos a 59,38% do tucano. Em 2022, Lula foi o candidato mais votado no município de São Paulo, embora tenha ficado atrás de Jair Bolsonaro (PL) no Estado. Na capital paulista, o petista obteve 3.677.921 votos, o que corresponde a 53,54% dos votos válidos. Já Bolsonaro obteve 3.191.484 votos, o que representa 46,46% dos votos válidos.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também se reuniu com Boulos. O parlamentar se encontrou com a ministra em Brasília, para “negociar apoio ao atendimento geral e oncológico na Zona Leste, incluindo as unidades de Itaquera e Cidade Tiradentes”.

Em outra frente, se reuniu com Marina Silva (Meio Ambiente), no fim de agosto, para discutir ações de fomento a ônibus elétricos, reciclagem e compostagem de resíduos e políticas de drenagem e saneamento.

Na pasta dos Direitos Humanos, comandada por Silvio de Almeida, Boulos vai coordenar uma mesa de diálogo com deputados e senadores para discutir a elaboração de um plano de ação voltado às pessoas em situação de rua. Já na Educação, o pré-candidato se reuniu com o ministro Camilo Santana e a reitora da Unifesp, Raiane Assumpção, para discutir o início das obras do campus da universidade federal na Zona Leste de São Paulo.

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A criação do campus foi anunciada pelo presidente Lula em maio, durante o ato unitário de comemoração ao Dia do Trabalho organizado pelas centrais sindicais, no Vale do Anhangabaú. Além da ampliação de duas universidades existentes, Lula prometeu a inauguração de uma nova unidade de ensino superior até 2026.

O anúncio ocorreu em um palanque onde estava Boulos, em um evento que não contou com as presenças do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB). Também estavam no evento o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo. É justamente no ABC que a ampliação da rede deve começar, segundo Lula, com a conclusão das obras da Universidade Federal do ABC.

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